São José da Laje — 72 metros de comprimento e 10,2 metros de largura. Essas seriam as medidas da ponte que ligaria o bairro Tijuca ao centro da cidade de São José da Laje. Isto é, se ao menos tivesse sido iniciada. A ordem de serviço foi assinada em 26 de setembro de 2018, mas a obra ficou apenas no papel.
Com um investimento de R$ 2,9 milhões, a construção da ponte foi garantida através de convênio com o Ministério da Integração Nacional (MIN), através da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
O problema é que a entrega da ponte à população deveria ter sido feita em março deste ano, e já se faz quase um ano da promessa do prefeito do município, Rodrigo Valença, que aconteceu durante um evento realizado na cidade, no dia 2 de julho do ano passado.
Promessa aconteceu durante um evento realizado na cidade, no dia 2 de julho do ano passado — © Assessoria
À época, estavam presentes o prefeito, o vice-prefeito Dr. Jérciton Júnior, o então senador Benedito de Lira e demais autoridades. A obra geraria ainda, segundo o gestor, vinte e cinco empregos diretos, o que movimentaria a economia local.
O que se ver, no entanto, é que a construção ficou apenas em promessas. Hoje, no local onde deveria está a ponte, existe apenas uma passarela de metal antiga, que aos poucos vai sendo corroída pela ação do tempo, e um buraco, que dá a entender que a prefeitura teria tentado dar início às obras.
“Eles prometeram que iriam fazer a ponte, mas até agora nada. Prometeram que também iriam fazer uma praça em cada lado, mas também nada. Um ano se passou e nada da ponte. Promessas são muitas”, disse uma moradora.
Prefeito assina convênio — © Assessoria
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De acordo com os moradores, durante uma participação em uma rádio local, o gestor alegou que as obras não foram iniciadas por conta de corte nas verbas. “Ele disse que parou a construção porque não estava vindo mais verbas. Mas até aqui não vieram mais não”, contou a moradora Janaína Batista da Silva.
Família sem indenização
Em entrevista ao BR104, Janaína relatou que sua mãe foi retirara de casa ‘do dia para a noite’ pela prefeitura, com a justificativa de que o local precisava ser evacuado para que fosse iniciada a construção da ponte no local. Ela acrescentou que teria recebido a promessa de uma casa nova, que até hoje não se concretizou.
“Eles tiraram minha mãe às presas, alegando que dariam uma casa nova pra ela e que iriam fazer a ponte. Minha mãe teve que sair do dia para a noite. Ela vivia de aluguel, mas ele [o prefeito] prometeu uma casa a ela e até hoje não deu, nem a casa nem a ponte”, relata.
Posicionamento da prefeitura
Procurado pela reportagem, o prefeito não foi localizado para dar explicações sobre o assunto.
Confira a reportagem na íntegra:
Rodrigo Valença — © Assessoria