Há 44 dias o jovem Anderson Vilar foi morto a tiros na cidade de Santana do Mundaú. Mas o caso ainda não teve um desfecho na Justiça. O acusado Antonio Correia Barbosa Filho, de 34 anos, está em liberdade. Enquanto isso, parentes e amigos da vítima pedem Justiça.
Anderson tinha 23 anos, era conhecido por ser tranquilo e trabalhador. “Ele gostava de sair, de se divertir, acho que era o único defeito dele. Brincalhão. Trabalhador, que no momento ele estava trabalhando para ajudar os pais. E esse ser humano veio e tirou a vida dele covardemente”, lamentou Dariane Pereira, prima do jovem.
Vestindo camisas com a foto da vítima, familiares, amigos e conhecidos compareceram, na tarde do último dia 29 de dezembro, à missa trigésimo (30º) dia de Anderson. A cerimonia, marcada por revolta e tristeza, foi realizada na Paróquia Senhora Sant’Ana, no Centro da cidade.
A mãe, Angela Vilar, ainda carrega a saudade e a dor de não poder mais abraçar o filho, que foi adotado quando ainda tinha seis meses de vida. “Eu não tinha o que dizer do meu filho, era um bom menino, um bom filho. Ele me ajudava, ajuda o pai, foram e fizeram essa trairagem dessa com ele”, disse emocionada.
O assassinato foi em uma chácara na zona rural do município. Testemunhas contaram que o acusado, conhecido como “Correinha”, teria sacado uma pistola para “brincar” com a vítima. Ao apontar a arma para Anderson, a pistola teria disparado, causando a morte do jovem.
Ele chegou a ser socorrido ao Hospital Regional da Mata (HRM), às margens da BR-104, em União dos Palmares, por pessoas que estavam na celebração, mas já chegou à unidade de saúde sem vida. O rapaz foi atingido na região cervical anterior, local entre o pescoço e a nuca.
Ao BR104, o pai de Anderson, Cícero Vilar, afirmou que o empresário ‘era acostumado’ sacar arma para populares. “Ele é acostumado a colocar a arma na cara das pessoas e ninguém tinha coragem de denunciar. Outro dia, na Jussara, ele atirou na rua e a bala atingiu uma mulher na boca, de raspão”, contou.
O caso continua sob investigação do delegado Antonio Nunes, que responde pelo 119º Distrito Policial. O advogado da família, Alexandre lima, disse que “o acusado se apresentou à polícia dias depois do assassinato, mas como o caso está sendo tratado como homicídio culposo e ele havia fugido do flagrante, está em liberdade”.
Agora, a família espera a conclusão do inquérito e que o acusado seja punido. “Ele foi um covarde ter feito isso com o meu filho. Bebeu a noite todinha, farrou com meu filho e depois fez isso com ele. É uma dor grande que eu carrego aqui no meu peito. Eu só quero Justiça”, afirmou Ângela.