Política

Quem é Marcos Rogério, senador que defende o governo na CPI da Pandemia

Defensor ferrenho de Bolsonaro na CPI da Pandemia, o senador tem prontamente defendido o governo das acusações de omissão no combate à pandemia.

Publicado: | Atualizado em 09/06/2021 09:41


Senador Marcos Rogério - EDILSON RODRIGUES/AGÊNCIA SENADO
Senador Marcos Rogério - EDILSON RODRIGUES/AGÊNCIA SENADO

O senador Marcos Rogério (DEM-RO), defensor ferrenho do presidente Bolsonaro na CPI da Pandemia, tem se destacado na Comissão por seus posicionamentos e, consequentemente, ganhado popularidade nas redes sociais entre os internautas. A ‘estrela bolsonarista’, também apelidada de “Rolando Lero” pelo presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), e conhecida como “Cão de guarda” do Palácio, tem prontamente defendido o governo das acusações de omissão no combate à pandemia.

Natural de Ji-Paraná (RO), Marcos Rogério é formado em Direito, e já atuou como radialista e jornalista em diversos veículos de comunicação do estado de Rondônia. No entanto, desde que entrou para política, sua trajetória tem sido marcada por muitas polêmicas devido às suas falas, principalmente agora com a sua aparição na Comissão Parlamentar de Inquérito que visa investigar a atuação – tanto as ações quanto as omissões – do governo federal no combate à pandemia, bem como os gastos de governadores e prefeitos.

O político que já foi vereador e eleito deputado federal duas vezes, foi uma liderança de esquerda quando era filiado ao PDT (2006 – 2017). Em dois mandatos na Câmara, foi vice-líder do partido. Entretanto, mesmo naquela época, Marcos Rogério já defendia pautas conservadoras e votou pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em abril de 2016. Além disso, ele também foi relator do processo no Conselho de Ética contra o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.

Marcos Rogério é o que se enquadra no ‘Centrão’. Diante disso, uma discussão entre ele e o seu mentor, o senador Acir Gurgacz (PDT-RO), motivou a saída do parlamentar do PDT. A partir daí, Rogério se filiou ao DEM. Ainda em 2016, assim como outros parlamentares, o político ‘estranhamente’ começou a se aproximar dos filhos de Bolsonaro, buscando uma aproximação com aquele que já era comentado no meio como um possível sucessor da presidência do país, fato que ocorreu anos depois. Marcos Rogério e Jair Bolsonaro foram apresentados por meio de Flávio.

No entanto, mesmo não fazendo mais parte de um partido da esquerda, Rogério ainda mantém alguns elos com ela, por ser membro titular da Frente de Políticas Públicas de Juventude e da Frente Parlamentar Mista Antirracismo.

Tanto a participação do senador na CPI da Pandemia quanto as aparições dele em entrevistas têm sido marcadas por brigas, uma vez que ele defende o governo federal e faz muitas declarações negacionistas, que são aplaudidas pelos demais governistas no colegiado, como Jorginho Mello (PL-SC), Ciro Nogueira (PP-PI) e Eduardo Girão (Podemos-CE), além do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).

Em uma das principais polêmicas protagonizadas por Marcos Rogério, ele foi tachado de machista pelas mulheres da CPI e por parte da sociedade após ter interrompido a senadora Leila Barros (PSB-DF), no início de maio, durante uma discussão na CPI. Enquanto a parlamentar argumentava, ele pediu para que ela “se acalmasse”.

No dia 28 de maio, em outro episódio semelhante ao que aconteceu com a senadora Leila Barros, Marcos Rogério e Natuza Nery, comentarista da Globo News, protagonizaram uma discussão durante o Estúdio i. Após ter entrado ao vivo para falar com os jornalistas, o senador interrompeu uma fala de Natuza para defender Jair Bolsonaro. Em resposta, a jornalista prontamente disse: “[Você] não vai fazer o que faz na CPI”. “O senhor vai me deixar concluir ou vai fazer comigo o que faz com as senadoras mulheres na CPI.”

O senador também marcou uma das sessões da CPI, no dia 20 de maio, quando apresentou vídeos dos governadores  que chegaram a defender o uso da cloroquina: “Eu vou mostrar aos senhores, vou passar um vídeozinho rápido aqui para que todos possam assistir”, disse Rogério com um tablet em mãos.

Após as reproduções, ele partiu em defesa do presidente da República: “Aqui tá cheio de defensores, advogados e governadores aqui dentro […] O pessoal que tá em casa [precisa] ver e ouvir o que eu tô mostrando. Eu não quero ser interrompido e não quero que os advogados e governadores se manifestem, porque até hoje só acusaram o presidente Bolsonaro, e ele não tá aqui para se defender.”

Como a maior parte dos congressistas de direita e da bancada evangélica, Marcos Rogério defende o uso da cloroquina. O seu objetivo ao exibir os vídeos foi justamente apontar que o estados também defenderam o uso da cloroquina, mas hoje são contra o seu uso. No entanto, é importante frisar que os pronunciamentos dos chefes de estado foram feitos no início da pandemia, em março de 2020, quando os cientistas ainda investigavam a eficácia do medicamento para ser usado no tratamento contra o vírus, o que, posteriormente, não foi comprovado.

A recente polêmica do senador foi publicada pelo site Metrópoles, na semana passada, que apontou que Marcos Rogério usa recursos da cota parlamentar para pagar à ex-mulher, Andréia Schmidt, o aluguel de seu escritório de apoio em Rondônia. No site do Senado, aparecem pagamentos de R$ 4.600 em março e abril deste ano. No entanto, a assessoria de Rogério respondeu que ele era o dono do imóvel, que acabou ficando com a ex-esposa após a partilha dos bens pós-divórcio, e ele escolheu manter o endereço por já ter estabelecido seu escritório lá.

Bolsonaro e Marcos Rogério - @reprodução

Bolsonaro e Marcos Rogério – @reprodução


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