Presidente da OAB perde contrato com Petrobras

Para Felipe Santa Cruz, "há claramente uma perseguição política em curso"

Felipe Santa Cruz presidente da OAB — © Eugênio Novaes

Felipe Santa Cruz presidente da OAB — © Eugênio Novaes

Política — O presidente da OAB, Felipe Santa Cruz teve seu único contrato com a Petrobras cancelado nessa terça-feira (6). Uma carta envia a seu escritório de advocacia comunicava o cancelamento da empresa com os trabalhos oferecidos pelo escritório.

Santa Cruz, afirmou que vai entrar com uma ação judicial para que os danos causados pela quebra de contrato sejam reparados, segundo ele existe uma “perseguição política em curso”.

Isso porque o contrato foi cancelado logo após as polêmicas envolvendo as declarações do presidente Jair Bolsonaro a respeito do pai do advogado, desaparecido em um confronto militar.

O escritório de Santa Cruz representava a Petrobras em casos trabalhistas. A última causa ganha rendeu um lucro de R$ 5 bilhões que seriam destinados a horas extras atrasadas de funcionários embarcados nas plataformas de petróleo da Petrobras.

+ Quem é o jornalista que foi atacado pelo governador Renan Filho?

Caso

No dia 29 de julho, a OAB foi duramente criticada por Bolsonaro por conta do inquérito que envolvia Adélio Bispo de Oliveira, acusado de esfaquear o presidente durante a campanha eleitoral, na ocasião o presidente afirmou:

Um dia. se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, eu conto para ele. não vai querer ouvir a verdade. Eu conto para ele.

No mesmo dia Jair Bolsonaro afirmou em uma transmissão nas redes sociais que o pai do advogado (Fernando Santa Cruz) havia sido morto pelos próprios companheiros de APML (Aliança Popular Marxista-Leninista). Na época o grupo lutava contra a ditadura militar.

No entanto, documentos oficiais arquivados em site como, Arquivo Nacional e da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, vinculados ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. Mostram que ele foi morto de forma violenta pelo Estado após ter sido preso por agentes da repressão.