Política — O advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Luiz Carlos Rocha, tem informado aos veículos de comunicação que o petista não pretende cumprir o regime semiaberto oferecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Lula cumpre pena na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba, desde 2018.
O regime semiaberto daria ao ex-presidente a possibilidade de sair durante a manhã e trabalhar e voltar no período da noite. A proposta não foi aceita por ele, e sua decisão tem chamado atenção no parlamento.
Nesse caso, a decisão do ex-presidente atende a seguinte narrativa: se ele aceitar a medida de progressão, automaticamente estaria validando o processo no qual responde, e vem contestando veementemente nas instâncias do supremo.
Em meio as perguntas de parte dos defensores do “Lula Livre”, está a seguinte: “Por que o ex-presidente não aceita o regime semiaberto e acaba com tudo isso de uma vez?“.
Uma das principais exigências do regime é o cumprimento da hora trabalhada durante o dia, no qual Lula teria que cumprir, além de fazer uso da tornozeleira eletrônica. Nesse caso, seu advogado vem o orientando para que se ele aceitar a proposta, estará aceitando junto a acusação na qual ele diz ser inocente.
O petista tem insistido no Supremo Tribunal Federal (STF), a suspensão do então juiz que o condenou no caso do Triplex, hoje ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.
O STF recusou recentemente um pedido feito pelos advogados de Lula que tinham a intenção de incluir nos inquéritos a favor do petista, os diálogos vazados entre Moro e o procurador e coordenador geral da força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, Deltan Dallagnol.
Para a defesa do ex-presidente, a decisão tomada por Lula trata-se de um reconhecimento da legitimidade do processo, que foi imposta a ele. Desta forma, Lula não aceitar o regime semiaberto não estaria descumprindo ordens da Suprema Corte.