Paulo Guedes pede perdão diante de André Janones por falas polêmicas

"O povo brasileiro tem nojo da sua cara, ministro", disse Janones durante discurso na presença de Guedes.

André Janones e Paulo Guedes

André Janones e Paulo Guedes

O deputado federal André Janones (AVANTE-MG) participou de uma audiência na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, com o ministro da Economia Paulo Guedes. O encontro foi marcado pelas manifestações do parlamentar ao lembrar durante a sua fala de citações polêmicas do ministro, e por elas, Janones cobrou que Guedes se explicasse.

“O povo brasileiro tem nojo da sua cara, ministro. Isso é proporcional ao ódio que vossa excelência tem deles”, disse Janones.

Em sua defesa, Guedes explicou que as pessoas costumam retirar as suas falas do contexto, e chegou a dizer que depois da audiência procuraria o parlamentar para esclarecer o mal entendido.

Em sua conta no Facebook, Janones publicou uma nota sobre sua participação na audiência, e em um trecho da nota, ele chega a dizer que Guedes pediu perdão.

“Após minha fala, o ministro se justificou, e disse que pedia perdão pelo “crime que não cometeu”, alegando que sua fala fora tirada de contexto em diversas ocasiões, causando o que ele chamou de mal entendido”, explicou.

André Janones explica que se colocou “a disposição do ministro” e que deixou claro que da sua parte “não há ódio, mas sim revolta, com algumas atitudes do governo federal (em especial na redução do valor do auxílio emergencial)”.

Leia a nota na íntegra:

NOTA DE ESCLARECIMENTO

MEU COMPROMISSO MAIOR SEMPRE SERÁ COM DEUS, O POVO E MAIS NINGUÉM!
Na tarde de hoje, durante audiência na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, confrontei o Ministro da Economia Paulo Guedes acerca de vários assuntos relevantes ao povo brasileiro, entre eles: aumento no preço dos alimentos, aumento nos combustíveis, redução do valor do auxílio emergencial e ainda sobre algumas declarações dadas pelo ministro e que, a meu ver, foram extremamente preconceituosas com os mais pobres.
Sugeri ao Ministro que pedisse desculpas aos brasileiros e também que explicasse como o mesmo alega não ter mais recursos para os programas sociais, ao mesmo tempo que não vê problemas em liberar bilhões para que o sistema eleitoral adote o modelo de voto em papel.
Após minha fala, o ministro se justificou, e disse que pedia perdão pelo “crime que não cometeu”, alegando que sua fala fora tirada de contexto em diversas ocasiões, causando o que ele chamou de mal entendido. Disse ainda o ministro que assim como eu, também é de origem humilde, estudou com bolsa de estudos e não carrega consigo qualquer preconceito contra os menos favorecidos. Ao contrário, disse desejar para estes, o mesmo que eu: um futuro melhor.
Ao fim da reunião o Ministro se dirigiu pessoalmente até mim, e se colocou a disposição para estabelecer um diálogo entre nosso mandato e o seu ministério, para que assim consigamos avançar em prol das causas sociais para atender as famílias mais carentes.
Por fim, me coloquei a disposição do ministro e deixei claro que da minha parte não há ódio, mas sim revolta, com algumas atitudes do governo federal ( em especial na redução do valor do auxílio emergencial), expliquei ao mesmo que não me considero nem base aliada e nem oposição, mas sim como um Deputado independente e legítimo representante do povo brasileiro e que, para a viabilização de soluções para aqueles que mais necessitam, estabeleceremos um diálogo daqui pra frente!
Não tenho nada pessoal contra o Ministro nem contra ninguém aqui, minha luta é sempre contra ou a favor IDÉIAS e não pessoas. Se o Ministro de fato estabelecer um diálogo e começar a olhar com mais atenção pelo povo, terá meu total e irrestrito apoio, do contrário, desço o cacete novamente sem problema algum!