
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu à aprovação do regime de urgência para o projeto de lei antiaborto na Câmara dos Deputados, que equipara procedimentos de aborto realizados após a 22ª semana com crime de homicídio. Na entrevista à rádio CBN, Lula criticou a discussão, considerando-a “banal” e afirmando que precisa ser mais madura.
O presidente reiterou sua oposição à prática do aborto e disse que as mulheres precisam ter o direito de decidirem se querem ou não levar adiante uma gestação fruto de um abuso. “Por que uma menina é obrigada a ter um filho de um cara que estuprou ela? Que monstro vai sair do ventre dessa menina? Então essa é uma discussão mais madura, não é banal como se faz hoje”, disparou Lula.
Lula também criticou o autor da proposta, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que, segundo ele, fez o projeto para “testar” o presidente. O petista também chamou a atenção para a tramitação do projeto e disse que o aborto precisa ser tratado como uma questão de saúde pública.
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Para Lula, a discussão sobre aborto é um “retrocesso” na legislação e precisa de uma discussão mais madura na sociedade. Ele afirma que o surgimento da “extrema-direita ativista” no Legislativo brasileiro está relacionado ao fato de que os parlamentares estão fazendo o papel que sempre souberam fazer, mas agora há um novo tipo de política baseada em mentiras.
O presidente disse também que não gosta de discutir pautas de costumes e que a discussão sobre aborto “não tem nada a ver com a realidade”. Ele concluiu que o tema do Brasil não é esse e que essa discussão não deve ter entrado em pauta.