
A relação entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Grupo Globo, um dos maiores conglomerados de mídia do país, tem se intensificado nos últimos anos.
Nos dois primeiros anos do terceiro mandato do petista, iniciados em 2023, mais de R$ 300 milhões já foram transferidos às empresas da família Marinho, responsáveis por veículos como TV Globo, jornais, rádios e plataformas digitais.
Esses valores, pagos com recursos públicos, foram registrados no sistema da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República.
Um levantamento recente, divulgado no sábado (8) pela revista Oeste, apontou que, até o início de janeiro de 2025, o montante repassado ao Grupo Globo somava R$ 278 milhões.
Com atualizações posteriores, a cifra ultrapassou a marca dos R$ 300 milhões, consolidando um crescimento expressivo nos investimentos publicitários do governo federal direcionados ao conglomerado.
A maior fatia desses recursos foi destinada à TV Globo, principal canal do grupo, embora emissoras de rádio, jornais, revistas e sites também tenham sido contemplados com verbas para a divulgação de campanhas institucionais.
O volume de recursos chama atenção especialmente quando comparado ao governo anterior. Durante os quatro anos de mandato de Jair Bolsonaro (PL), entre 2019 e 2022, o total pago ao Grupo Globo para ações publicitárias foi de R$ 280 milhões.
Isso significa que, em apenas metade de seu atual mandato, Lula já superou os repasses realizados por Bolsonaro em um período duas vezes maior. A diferença evidencia uma mudança significativa na estratégia de comunicação do governo petista, que tem priorizado parcerias com grandes grupos de mídia.
Os valores, que saem diretamente dos cofres públicos, são justificados pela necessidade de promover ações do governo federal, como campanhas de saúde, educação e programas sociais. No entanto, a concentração de recursos em um único conglomerado levanta debates sobre a distribuição dessas verbas e o impacto no financiamento de outros veículos de comunicação no Brasil.
Enquanto a parceria entre Lula e o Grupo Globo se fortalece, o governo segue na metade de seu terceiro mandato, com a possibilidade de novos recordes de repasses até o fim da gestão.