Impeachment de Bolsonaro é o assunto mais comentado nas redes sociais

A hashtag #ImpeachmentBolsonaro ficou no topo da lista dos "Trending Topics", no Twitter

Presidente da República Jair Bolsonaro. - © Isac Nóbrega/PR

Presidente da República Jair Bolsonaro. - © Isac Nóbrega/PR

Política – Seria o fim de Jair Messias Bolsonaro na presidência do Brasil? Nessa sexta-feira (17), o assunto sobre o impeachment do presidente bombou nas redes sociais. A hashtag #ImpeachmentBolsonaro ficou no topo da lista dos “Trending Topics”, no Twitter.

O assunto veio à tona após a publicação de um texto na coluna do jornalista Reinaldo Azevedo, no Uol, na manhã dessa sexta-feira, que retrata alguns atos chamados pelo jornalista de crimes de responsabilidade.

Atribuídos à Jair Bolsonaro, tais “crimes” seriam o suficiente para protocolar um pedido de impedimento do mandato do presidente da República. O texto ainda faz um alerta: “Se continuar a ouvir apenas a horda de malucos que o cerca, não conclui o seu mandato”.

“Quem decide corte não sou eu. Ou querem que eu responda a um processo de impeachment no ano que vem por ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal? Por não ter previsto que a receita foi menor do que a despesa? É a realidade”, disse o presidente após sua chegada em Dallas, nos Estados Unidos.

Acontecimentos ao longo do dia, como a replicação de um texto premonitório pelo próprio presidente no WhatsApp e mais uma alta do dólar, impulsionaram o assunto, fazendo a #ImpeachmentBolsonaro ficar entre os assuntos mais comentados por horas.

+ Atrasado, José Dirceu se apresenta à Polícia Federal em Curitiba

No Twitter

No Twitter, internautas engajados com a hashtag utilizaram o espaço para lembrar de uma fala do então deputado federal Bolsonaro, em 8 de janeiro de 2015. “O povo é soberano. Quando ele pede o impeachment, é porque o governante só faz m@#$”, publicou o hoje presidente, à época.

“Dessa vez tenho que concordar com ele”, disse um dos muitos internautas que replicaram a fala de Jair. Nem o presidente, nem seus filhos e principais aliados se manifestaram sobre o tema.

Pelo WhatsApp

Ainda na sexta-feira (17), o presidente, através de grupos de WhatsApp, compartilhou um texto de “autor desconhecido” que trata das dificuldades enfrentadas por ele em seu governo.

O texto diz ainda que o país “está disfuncional. Como nunca antes”, não por culpa de Bolsonaro, mas que “até agora (o presidente) não fez nada de fato, não aprovou nada, só tentou e fracassou”.

“Um texto no mínimo interessante. Para quem se preocupa em se antecipar aos fatos sua leitura é obrigatória. Em Juiz de Fora (06/set/2018), tive um sentimento e avisei meus seguranças: Essa é a última vez que me exporei junto ao povo. O Sistema vai me matar. Com o texto abaixo cada um de vocês pode tirar suas próprias conclusões”, escreveu o presidente ao compartilhar o conteúdo.

+ Ministro do STF mandará bloquear contas de redes sociais que atacar a Corte

Leia a íntegra do texto, da forma como o presidente compartilhou em grupos de WhatsApp:

“TEXTO APAVORANTE – LEITURA OBRIGATÓRIA

Alexandre Szn

Temos muito para agradecer a Bolsonaro.

Bastaram 5 meses de um governo atípico, “sem jeito” com o congresso e de comunicação amadora para nos mostrar que o Brasil nunca foi, e talvez nunca será, governado de acordo com o interesse dos eleitores. Sejam eles de esquerda ou de direita.

Desde a tal compra de votos para a reeleição, os conchavos para a privatização, o mensalão, o petrolão e o tal “presidencialismo de coalizão”, o Brasil é governado exclusivamente para atender aos interesses de corporações com acesso privilegiado ao orçamento público.

Não só políticos, mas servidores-sindicalistas, sindicalistas de toga e grupos empresariais bem posicionados nas teias de poder. Os verdadeiros donos do orçamento. As lagostas do STF e os espumantes com quatro prêmios internacionais são só a face gourmet do nosso absolutismo orçamentário.

Todos nós sabíamos disso, mas queríamos acreditar que era só um efeito de determinado governo corrupto ou cooptado. Na próxima eleição, tudo poderia mudar. Infelizmente não era isso, não era pontual. Bolsonaro provou que o Brasil, fora desses conchavos, é ingovernável.

Descobrimos que não existe nenhum compromisso de campanha que pode ser cumprido sem que as corporações deem suas bênçãos. Sempre a contragosto.

Nem uma simples redução do número de ministérios pode ser feita. Corremos o risco de uma MP caducar e o Brasil ser OBRIGADO a ter 29 ministérios e voltar para a estrutura do Temer.

Isso é do interesse de quem? Qual é o propósito de o congresso ter que aprovar a estrutura do executivo, que é exclusivamente do interesse operacional deste último, além de ser promessa de campanha?

Querem, na verdade, é manter nichos de controle sobre o orçamento para indicar os ministros que vão permitir sangrar estes recursos para objetivos não republicanos. Historinha com mais de 500 anos por aqui.

Que poder, de fato, tem o presidente do Brasil? Até o momento, como todas as suas ações foram ou serão questionadas no congresso e na justiça, apostaria que o presidente não serve para NADA, exceto para organizar o governo no interesse das corporações. Fora isso, não governa.

Se não negocia com o congresso, é amador e não sabe fazer política. Se negocia, sucumbiu à velha política. O que resta, se 100% dos caminhos estão errados na visão dos “ana(lfabe)listas políticos”?

A continuar tudo como está, as corporações vão comandar o governo Bolsonaro na marra e aprovar o mínimo para que o Brasil não quebre, apenas para continuarem mantendo seus privilégios.

O moribundo-Brasil será mantido vivo por aparelhos para que os privilegiados continuem mamando. É fato inegável. Está assim há 519 anos, morto, mas procriando. Foi assim, provavelmente continuará assim.

Antes de Bolsonaro vivíamos em um cativeiro, sequestrados pelas corporações, mas tínhamos a falsa impressão de que nossos representantes eleitos tinham efetivo poder de apresentar suas agendas.

Era falso, FHC foi reeleito prometendo segurar o dólar e soltou-o 2 meses depois, Lula foi eleito criticando a política de FHC e nomeou um presidente do Bank Boston, fez reforma da previdência e aumentou os juros, Dilma foi eleita criticando o neoliberalismo e indicou Joaquim Levy. Tudo para manter o cadáver procriando por múltiplos de 4 anos.

Agora, como a agenda de Bolsonaro não é do interesse de praticamente NENHUMA corporação (pelo jeito nem dos militares), o sequestro fica mais evidente e o cárcere começa a se mostrar sufocante.

Na hipótese mais provável, o governo será desidratado até morrer de inanição, com vitória para as corporações. Que sempre venceram. Daremos adeus Moro, Mansueto e Guedes. Estão atrapalhando as corporações, não terão lugar por muito tempo.

Na pior hipótese ficamos ingovernáveis e os agentes econômicos, internos e externos, desistem do Brasil. Teremos um orçamento destruído, aumentando o desemprego, a inflação e com calotes generalizados. Perfeitamente plausível. Claramente possível.

A hipótese nuclear é uma ruptura institucional irreversível, com desfecho imprevisível. É o Brasil sendo zerado, sem direito para ninguém e sem dinheiro para nada. Não se sabe como será reconstruído. Não é impossível, basta olhar para a Argentina e para a Venezuela. A economia destes países não é funcional. Podemos chegar lá, está longe de ser impossível.

Agradeçamos a Bolsonaro, pois em menos de 5 meses provou de forma inequívoca que o Brasil só é governável se atender o interesse das corporações. Nunca será governável para atender ao interesse dos eleitores. Quaisquer eleitores. Tenho certeza que esquerdistas não votaram em Dilma para Joaquim Levy ser indicado ministro. Foi o que aconteceu, pois precisavam manter o cadáver Brasil procriando. Sem controle do orçamento, as corporações morrem.

O Brasil está disfuncional. Como nunca antes. Bolsonaro não é culpado pela disfuncionalidade, pois não destruiu nada, aliás, até agora não fez nada de fato, não aprovou nada, só tentou e fracassou. Ele é só um óculos com grau certo, para vermos que o rei sempre esteve nu, e é horroroso.

Infelizmente o diagnóstico racional é claro: “Sell”.

Autor desconhecido” [SIC]