Esquerda brasileira defende voto impresso na Venezuela

Enquanto no Brasil, a proposta do voto impresso foi vista com ceticismo por esses grupos

Nicolás Maduro | © REUTERS/Manaure Quintero

Nicolás Maduro | © REUTERS/Manaure Quintero

O debate sobre o sistema de votação ganhou destaque no Brasil em 2021, com a proposta de implementar o voto impresso por meio da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 135/19. A medida enfrentou resistência, especialmente de parlamentares de partidos de esquerda como o Psol e o PT, que a consideraram um passo atrás na modernização do sistema eleitoral brasileiro e uma possível manobra do então presidente Jair Bolsonaro para questionar a legitimidade das eleições.

No entanto, uma postura aparentemente contraditória foi observada quando políticos e membros desses mesmos partidos expressaram apoio ao sistema de voto impresso utilizado na Venezuela, país que se prepara para mais uma eleição presidencial com Nicolás Maduro como candidato proeminente. Eles destacaram o sistema eleitoral venezuelano, que combina urnas eletrônicas com comprovantes de voto impressos para verificação, como um modelo democrático.

Enquanto no Brasil a proposta do voto impresso foi vista com ceticismo por esses grupos, na Venezuela, a mesma metodologia é elogiada por proporcionar uma camada extra de verificação dos resultados eleitorais.

A eleição venezuelana, contudo, ocorre em um contexto de críticas internacionais ao governo de Maduro, acusado de violações de direitos humanos e de gerar uma grave crise econômica e humanitária. Apesar desses desafios, o apoio de setores da esquerda brasileira ao sistema eleitoral venezuelano, inclusive com a assinatura de um manifesto, sugere uma aprovação do modelo de votação que inclui o voto impresso para auditagem.