Política — O procurador Deltan Dallagnol deve enfrentar na próxima terça-feira (13), dois processos administrativos que estão arquivados em uma sessão do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Os processos tem como objetivo definir o futuro do procurador nas suas atribuições a frente da Operação Lava Jato.
A primeira acusação contra Dallagnol foi registrada pelo senador Renan Calheiros (MDB), segundo ele, o procurador vinha exercendo suas atividades político-partidária por meio do Twitter no início do ano, disparando relatos contra a candidatura do senador à presidência do senado faltando apenas três semanas para as eleições.
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“Se Renan for presidente do Senado, dificilmente veremos reforma contra corrupção aprovada. Tem contra si várias investigações por corrupção e lavagem de dinheiro. Muitos senadores podem votar nele escondido, mas não terão coragem de votar na luz do dia“, twittou o procurador.
Por esse motivo o senador protocolou um novo pedido junto ao CNMP, afirmando que este é um aditivo à primeira denúncia apresentada contra o procurador. No novo protocolo, Renan Calheiros pede apenas a suspensão das atividades realizadas pelo procurador. Se tratando do pedido apresentado anteriormente pelo senador, Renan voltou atrás de suas alegações.
No segundo processo o procurador esta sendo acusado de quebra do decoro ao afirmar em uma entrevista à CBN, que o Supremo passava mensagem de leniência com a corrupção enviando à Justiça Eleitoral casos da Lava jato.
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“O Supremo não etá olhando para essa figura que está diante de nós“, disse Dallagnol, em entrevista a Milton Jung, apresentador da rádio CBN.
Mesmo que as acusações não estejam relacionadas as mensagens hackeadas dos celulares da força-tarefa da Lava Jato, o portal O Antagonista destacou que o caso tem como obejetivo atiçar os conselheiros a afastar o procurador do cargo.
Desta forma, os dois artigos do Regimento Interno do Conselho Nacional e do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), o 77 e o 88, prevê o afastamento do procurador. No entanto, o afastamento só poderá acontecer em sessões colegiadas no plenário.