CPI da Covid: Senador pede quebra de sigilo de Carlos Bolsonaro

Os requerimentos assinados por Alessandro Vieira (Cidadania-SE) sugerem também a quebra dos sigilos telefônico, fiscal, bancário e telemático do empresário Carlos Wizard.

Presidente Jair Bolsonaro e o filho Carlos

Presidente Jair Bolsonaro e o filho Carlos

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) pediu quebra de sigilo e a convocação do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) para depor na CPI da Covid-19. Os requerimentos sugerem também a quebra dos sigilos telefônico, fiscal, bancário e telemático do empresário Carlos Wizard.

Nos documentos, pendentes de votação, o parlamentar requer, por exemplo, a transferência de informações de plataformas como Google, WhatsApp, Facebook, Instagram, Messenger e Apple, além de dados mantidos pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

Segundo Vieira, Carlos Wizard seria um dos financiadores do “ministério paralelo da saúde”. Ao lado da médica Nise Yamaguchi, o empresário teria tentado alterar a bula da cloroquina, por meio de um decreto presidencial, para inclui-la no tratamento contra a Covid-19.

“Vagabundo”, diz Flávio Bolsonaro para Renan Calheiros durante sessão na CPI

“Wizard defendeu publicamente o tratamento precoce contra a doença e se posicionou contrariamente a medidas de confinamento, havendo indícios de que tenha mobilizado recursos financeiros para fortalecer a aceitação das medidas que o presidente julgava adequadas, mesmo sem qualquer comprovação científica”, argumentou.

O parlamentar quer investigar ainda a participação de Carlos Bolsonaro em uma reunião com representantes da Pfizer no Palácio do Planalto. “Causa espécie o fato de um vereador ser chamado a participar e opinar em decisões que devem ser tomadas pelo governo federal, com o apoio de especialistas em saúde”, disse Vieira.

“Faz-se necessário avaliar a movimentação financeira de Carlos Bolsonaro desde o início da pandemia, aferindo-se se houve acréscimo em seu patrimônio que tenha sido compatível com a sua capacidade econômica, de modo a afastar qualquer dúvida a respeito de eventual locupletamento ilícito”, acrescentou o senador.

Alessandro sugere, também, a convocação de Shirley Meschke e Eliza Samartini, diretora jurídica e gerente de relações governamentais da Pfizer, respectivamente. Elas teriam participado do encontro com Carlos Bolsonaro e com o ex-secretário de Comunicação da Presidência da República Fabio Wajngarten no Palácio do Planalto.

Em outro requerimento, o senador defende a quebra dos sigilos telefônico, fiscal, bancário e telemático do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que presta depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 nesta quarta-feira (19).

*Com informações de Agências