O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou a autorização para que os parlamentares possam votar remotamente por meio de um aplicativo. Essa medida foi tomada visando facilitar a aprovação da aguardada reforma tributária. A decisão foi publicada no Diário Oficial da Casa e valerá para as sessões desta quinta-feira (6), e sexta-feira (7/7).
Até esta quarta-feira (5/7), os deputados eram obrigados a marcar presença pessoalmente e votar de forma presencial na proposta. Essa exigência tinha como objetivo garantir a presença dos congressistas em Brasília para debater e ajustar pontos importantes do texto da reforma tributária, que está sendo relatado pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
Vale lembrar que, por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), são necessários no mínimo 308 votos favoráveis em dois turnos de votação para sua aprovação.
Apesar dos esforços feitos pelo relator, deputado Aguinaldo Ribeiro, uma ala do Partido Liberal (PL), mais alinhada ao ex-presidente Jair Bolsonaro, ainda critica o texto da reforma. Nesse sentido, o partido divulgou uma nota oficial pedindo que seus membros votem contra a proposta em discussão.
No início do dia, uma reunião da bancada do PL em Brasília contou com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Durante o encontro, o governador foi vaiado por parlamentares que seguem a orientação do partido de votar contra a reforma tributária que será levada ao plenário da Câmara dos Deputados.
Em sua fala aos parlamentares, Tarcísio afirmou que estava presente como interlocutor, uma vez que cedeu nas negociações e agora espera o apoio dos parlamentares de São Paulo para a aprovação da matéria. No entanto, o governador foi cobrado a não participar de novas reuniões com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e foi solicitado que ele não “empreste” sua imagem para defender a reforma.
A expectativa é que o uso da votação remota facilite a aprovação desse projeto tão aguardado, porém, as divergências e críticas internas podem gerar obstáculos na busca por um consenso entre os parlamentares.