‘Tribunal do crime’: Integrantes de facção recebiam instruções para executar inimigos

Segundo a polícia, grupo agia com frieza na forma de execução das suas vítimas, incluindo jovens inocentes e membros da própria facção

Operação Flash Back — © Divulgação

Operação Flash Back — © Divulgação

Polícia — Durante entrevista coletiva nessa quarta-feira (27), no Palácio da República, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP/AL) apresentou detalhes da Operação Flash Back e liberou áudios que mostram como os integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) eram instruídos para executarem os inimigos.

“Tira uma camiseta velha de vocês, amarra os braços e as mãos. […] Segura ele. Quando ele sentar, você mata. Acham que matar no facão é melhor? […] Grava o vídeo agora, pode mandar o facão na cabeça dele. […] Mata bem matado”, diz o homem que ordena a execução.

Segundo a polícia, suspeita-se de que a voz que aparece nos áudios seja de um traficante identificado como Maré Alta. Este, segundo as investigações, é o atual líder da facção, quem substituiu o fundador e líder do comando, Marcos Willians Camacho, o ‘Marcola’, atualmente preso na penitenciária de Porto Velho, em Rondônia.

Uma das principais características do PCC, ainda segundo a polícia, é a frieza com a qual determinam a forma de execução das suas vítimas, incluindo jovens inocentes e membros da própria facção, tidos como desobedientes, quase sempre narrando para elas como será o passo a passo da morte.

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Durante as execuções, os criminosos costumam fazer contato com o líder que deu a sentença e transmitir, por meio de vídeos, para provocar ‘prazer’ e reforçar sua autoridade, bem como ganhar prestígio dentro da facção.

Em Alagoas, a ação contou com o Batalhão de Operações Especiais (Bope), Radiopatrulha (BPRp), Batalhão de Trânsito (BPTRan), Batalhão Rodoviário (BPRv), os 3º,5º,6º,7º e 11º Batalhões, 3ª e 4ª Companhias Independentes, Grupamento Aéreo, Delegacia Regional de Arapiraca, Divisão Especial de Investigações e Capturas (DEIC), Tigre, Asfixia e Operação Policial Integrada Litorânea (Oplit).

O coordenador geral de Combate ao Crime Organizado da Diretoria de Operações da Secretaria de Operações Integradas (SEOPI), Wagner Mesquita, parabenizou todas as instituições envolvidas e avaliou como uma operação de grande importância.

“É inadmissível que o Estado fique inerte a uma situação dessa absurda, em que a facção administre a justiça, promova julgamentos, sentencie e execute as suas sentenças. Então, é esse tipo de situação, que acaba fortalecendo o crime organizado, que não podemos deixar acontecer e temos que combater”, afirmou.