Lava Jato: Filho de ministro alagoano teria recebido R$ 40 mi para influenciar a Corte

Essa é a terceira delação que cita Eduardo Martins, mas a primeira vez em que seu escritório se torna alvo de busca e apreensão

Ministro alagoano, Humberto Martins — © Reprodução

Ministro alagoano, Humberto Martins — © Reprodução

Na manhã desta quarta-feira (9/9), agentes da Polícia Federal (PF) cumpriram mandados de busca contra escritórios de advocacia que teriam sido usados para gerenciar propinas, em Maceió. A ação é um desdobramento da Operação Lava Jato e acontece, principalmente, no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Dentre os alvos, figura o filho do ministro alagoano Humberto Martins – presidente do Superior Tribunal de Justiça, Eduardo Filipe Alves Martins. A denúncia aponta que ele teria recebido R$ 40 milhões de maneira indevida para exercer influência em processos que tramitam na Corte.

O objetivo, ainda segundo a denúncia, é obter decisões favoráveis à permanência dele à frente da Fecomércio do Rio. De acordo com a investigação, Eduardo tem um escritório de advocacia em Brasília, mas mantém uma matriz na capital alagoana, no edifício The Square.

Os indícios contra o filho do ministro foram obtidos pela Lava Jato através de documentos da Fecomércio e por meio da delação premiada de Orlando Diniz. Essa é a terceira delação que cita Eduardo, mas a primeira vez em que seu escritório se torna alvo de busca e apreensão.

Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Alagoas (OAB-AL) informou que a Diretoria de Prerrogativas está acompanhando a operação policial realizada nesta manhã. E acrescentou que as informações acerca dos advogados ou advogadas e escritórios são sigilosas, conforme preconiza o Estatuto da OAB.

Os investigados responderão pelos crimes de tráfico de influência, exploração de prestígio, peculato, estelionato, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

À esqueda, Eduardo Martins. À direita, o pai, ministro Humberto Martins — © Reprodução