Joaquim Gomes: “Filho temia que o pai descobrisse venda de veículos”, diz PC

Segundo a polícia, o acusado - Leonardo Bonifácio da Silva, de 22 anos - ainda tentou subornar o Comandante da 2ª Cia e a guarnição para ser inocentado.

Delegado Valter Nascimento, diretor da Polícia Civil das regiões do Litoral e Zona da Mata — © Reprodução

Delegado Valter Nascimento, diretor da Polícia Civil das regiões do Litoral e Zona da Mata — © Reprodução

Na manhã desta quarta-feira (03/02), o diretor da Polícia Civil das regiões do Litoral e da Zona da Mata, delegado Valter Nascimento, detalhou as circunstâncias da morte do comerciante José Nilton da Silva, de 58 anos, no município de Joaquim Gomes.

As investigações concluíram que “Gordo”, como era conhecido, foi morto no que seria uma simulação de assalto encomendada pelo filho adotivo, Leonardo Bonifácio da Silva, de 22 anos. O crime aconteceu na madrugada da última segunda (01) em um trecho da BR-101.

De acordo com o delegado, o jovem, que estava com o pai no momento do crime, tinha armado o esquema para impedir que o homem chegasse à casa do prefeito do município e descobrisse uma farsa montada há tempos para encobrir um desvio de dinheiro.

“O pai tinha depositado muita confiança e entregou para ele cartões com senhas. Ele (Leonardo), sem controle, fez uso do dinheiro e criou um rombo na conta bancária. Quando o pai descobriu, ele arranjou um meio de cobrir a dívida, vendendo o carro que ganhou de presente do pai. José Nilton perguntava pelo veículo e o filho dizia que o carro estava locado à Prefeitura de Joaquim Gomes. Para fazer com que o pai não descobrisse a verdade, o filho armou a simulação de um assalto para impedir que ele chegasse até a casa do prefeito”, detalhou Valter.

Ainda segundo o delegado, Leonardo havia locado, na última sexta-feira (29/01), em Maceió, o carro usado pelos assassinos, um Ônix vermelho. Já na última segunda, o acusado teria dado uma carona a uma mulher e duas crianças de Joaquim Gomes até à Aldeia Wassu Cocal.

Leandro Bonifácio, de 22 anos, sendo levado para a guarnição policial — © Reprodução

“Ao chegar próximo à ponte, na aldeia, chamou um rapaz e perguntou se ele conhecia alguém para fazer um assalto para ele. O indivíduo respondeu que sim e o levou ao encontro de um grupo. Ali, acertaram o assalto do pai e Leandro pagou aos indivíduos a importância de R$ 3 mil no ato, e acertaram o local e o horário”, diz o relatório.

Segundo o que disse Leonardo aos policiais, os contratados fugiram do combinado do assalto, e praticaram o homicídio, porque o pai, no momento do crime, havia se abaixado para pegar uma muleta, e os indivíduos entenderam que era um arma, e o executaram.

Após o homicídio, a Polícia Militar (PM) foi acionada e compareceu à cena do crime para realizar os primeiros levantamentos. Questionado sobre as características dos assassinos e do carro usado na ação, o filho afirmou que era um Ônix preto, e não vermelho.

Os militares iniciaram as diligências pela região, e encontraram o veículo na Aldeia Wassu. E, no quebra-sol, foi encontrada a Carteira de Habilitação de Leonardo, que negou a participação no homicídio, alegando que o documento havia sido roubado no momento do assalto.

No momento da prisão, ainda segundo a PM, o jovem tentou subornar militares da guarnição para não ser preso. Ele ofereceu R$ 33 mil, que o seu pai tinha para receber de um ônibus agregado à Prefeitura, mais R$ 10 mil de transações de uma propriedade e uma chácara na Fazenda Frios, em União dos Palmares.

Além de Leonardo, outro homem – identificado como José Angelo dos Santos – foi preso. O terceiro envolvido no crime segue foragido.

Confira o vídeo abaixo: