Escola em Rio Largo afasta professor após acusações de assédio

Um funcionário, que também está sendo envolvido, foi afastado da função; crimes estariam sendo praticados há cerca de 10 anos.

Suposta vítima criou perfil fake para denunciar os abusos cometidos pelo professor | © Reprodução

Suposta vítima criou perfil fake para denunciar os abusos cometidos pelo professor | © Reprodução

Uma escola particular da cidade de Rio Largo, na região Metropolitana de Maceió, afastou um professor depois de diversas alunas da instituição denunciarem ter sido assediadas por ele. Um funcionário, que também está sendo envolvido, foi da mesma forma afastado da função.

De acordo com informações, os crimes estariam sendo praticados há cerca de 10 anos. O caso já foi levado ao conhecimento do Conselho Tutelar e foi denunciado à Associação AME, que ampara mulheres vítimas de violência sexual.

Através de um perfil “fake” no Instagram, uma das possíveis vítimas, de 12 anos, compartilhou frases que eram ditas pelo professor. As colegas que se identificaram com o conteúdo começaram a relatar o que haviam sofrido.

Pais de outras alunas também procuraram a AME para formalizar a denúncia, pois, segundo eles, os casos foram relatados à direção da escola, mas nenhuma providência foi tomada. As vítimas, segundo a presidente da entidade, a advogada Julia Nunes, teriam entre 11 e 14 anos.

Ela disse ainda que mais de 20 crianças e adolescentes realizaram denúncias contra o professor. Há casos de beijos forçados, “cantadinhas” e gestos obscenos praticados por ele. Em um dos relatos, uma jovem disse ter sido abusada sexualmente pelo homem há cerca de 10 anos.

O caso será levado à Polícia Civil (PC) e ao Ministério Público de Alagoas (MPAL) para que seja investigado. Em nota, a diretoria da escola informou que vem tomando as providências necessárias para apurar as responsabilidades no caso.

Confira a nota de esclarecimento da escola na íntegra:

O colégio Agnus Dei informa aos pais e alunos e quem possa interessar que, a diretoria, tão logo tomou conhecimento das denúncias de assédios a estudantes dentro desta instituição de ensino, adotou todas as providências cabíveis e procedimentos administrativos para apurar as responsabilidades.

O professor cujas denúncias recai, foi afastado de suas funções e responde administrativamente as acusações que lhe foram imputadas, assegurando os princípios legais do contraditório, da ampla defesa e presunção de inocência. Um segundo funcionário também objeto de denúncias, foi devidamente afastado de suas funções para apuração dos fatos.

É um momento muito difícil para a instituição que está sendo alvo de “fake news”, no entanto, salientamos que todas as medidas legais já estão sendo tomadas pelo nosso departamento jurídico e, os culpados (a) que estão disseminando notícias falsas, visando unicamente a aupopromoção, engajamento e seguidores nas redes sociais, serão devidamente responsabilizados(a).

Afirmamos que, casos de assédio não serão tolerados de forma alguma nesta instituição. Asseguramos que todo relato de assédio a estudantes será apurado e as denúncias poderão ser formalizadas através de um canal criado especialmente para esse fim, oportunizando as vítimas relatar o possível assédio ocorrido, de forma segura.

A instituição está à disposição para acolher reclamações e denúncias pessoalmente por meio de sua Equipe Gestora e do setor de psicologia, que trabalham em colaboração. Destacamos ainda que, está em fase de elaboração uma campanha institucional de enfrentamento ao assédio. A campanha contará com orientações para prevenção, tratamento e responsabilizações a servidores e estudantes.

O colégio Agnus Dei reafirma seu compromisso com os alunos (a) e com toda comunidade em geral, garantindo assim um ensino de qualidade pautado no respeito humano e na integridade física e psicológica dos seus alunos (a).

A instituição repudia veementemente quaisquer práticas que prejudiquem sua função social de educar e desenvolver as pessoas, especialmente as mulheres.