Dá para alimentar pobres com resto de comida da ‘classe média’, diz Guedes

Segundo o ministro da economia, a 'classe média alta' exagera na comida e a maior parte dela vai parar na lata do lixo.

Anônimo e Paulo Guedes. Foto: Reprodução da internet)

Anônimo e Paulo Guedes. Foto: Reprodução da internet)

Os ministros Paulo Guedes e Tereza Cristina vêm causando polêmica entre os internautas desde ontem (17/06). Isso porque o ministro da Economia afirmou que a classe média alta brasileira estraga muita comida e defendeu a “doação” dos restos, enquanto a ministra da Agricultura defendeu um novo regulamento para definir novos prazos de validade para alguns alimentos, para que eles não sejam desperdiçados.

Segundo o ministro Paulo Guedes, a classe média alta costuma fazer um prato muito grande de comida e a maior parte dela vai parar na lata do lixo. Diante disso, ele declarou que precisamos pensar em como utilizar esses restos, pois eles poderiam servir de alimentação para pessoas fragilizadas, mendigos e desamparados.

“Como utilizar esses excessos, que estão em restaurantes, e esse encadeamento, com as políticas sociais? Isso tem que ser feito. Toda aquela alimentação que não for utilizada durante aquele dia no restaurante, aquilo dá para alimentar pessoas fragilizadas, mendigos, desamparados. É muito melhor do que deixar estragar essa comida toda”, disse Guedes.

“Quando você vê um prato da classe média europeia, que já enfrentou duas guerras mundiais, são pratos relativamente pequenos. E os nossos aqui nós fazemos almoços em que muitas vezes há uma sobra enorme. Até o final da refeição da classe média alta há excessos”, acrescentou o ministro.

O jornalista Tiago Barbosa se manifestou sobre a declaração de Guedes em sua conta do Twitter.

“Não basta impor a fome a milhões de brasileiros. Não basta subir o preço da carne, do gás de cozinha e liberar comida estragada. É preciso tripudiar da privação e humilhar com a intenção de suprir com restos de comida. Neoliberalismo é a barbárie eterna”, escreveu ele.

Já o deputado federal Marcelo Freixo escreveu: “O Brasil é o 3° maior produtor de alimentos do mundo, mas Guedes quer dar as sobras dos restaurantes aos pobres. Enquanto isso Bolsonaro faz churrasco com picanha de R$ 1.800 o quilo”.

Veja:

O Guru liberal de Bolsonaro não foi o único a ser alvo de críticas. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, também foi criticada por defender um novo regulamento para definir novos prazos de validade para alguns alimentos. Segundo ela, precisamos adaptar a nossa legislação para não desperdiçar muita comida.

“Temos certos exageros na legislação sobre os quais podemos fazer adaptação, sem precarizar e respeitando o que o mundo pensa. Podemos rever a legislação para melhorar uma série de gargalos, principalmente quanto à validade dos alimentos”, disse Cristina.