Covid: Governador de PE cancela o Carnaval, mas autoriza eventos com até 500 pessoas

A determinação foi motivada pelo aumento no número de casos positivos para o novo coronavírus e da demanda por leitos no estado.

Governador Paulo Câmara | © Reprodução/blogdoelvis

Governador Paulo Câmara | © Reprodução/blogdoelvis

O Gabinete de Enfrentamento à Covid-19 do Governo do Estado de Pernambuco definiu, nesta segunda-feira (07/02), que o limite de público em eventos será reduzido de 3 mil para 500 em locais abertos e de 1 mil para 300 em ambientes fechados.

A determinação foi motivada pelo aumento no número de casos positivos para o novo coronavírus e da demanda por leitos no estado. As medidas começam a valer a partir desta quarta-feira (09) e tem validade até 1° de março de 2022.

“Sabemos de todas as repercussões econômicas, sociais e culturais em torno dessa decisão, mas não há condições sanitárias para que seja realizada qualquer tipo de festividade no período de carnaval em Pernambuco. Além disso, reduzimos a capacidade dos eventos de 3 mil para 500 pessoas e não descartamos tomar outras medidas restritivas se o número de casos continuar em crescimento acelerado”, afirmou o governador Paulo Câmara.

Nos eventos acima de 300 pessoas, será exigida a apresentação do teste negativo de Covid, além do passaporte vacinal. Para eventos corporativos, não-festivos, o limite será de até 1.500 participantes. Sobre a fiscalização do passaporte vacinal e dos testes negativos, não foi dito nada a respeito.

A variante Ômicron da Covid-19 continua em franca aceleração em Pernambuco, impactando no aumento de positividade e, consequentemente, hospitalizações e óbitos, principalmente em não vacinados. São poucos os municípios que possuem poucos casos, como é o caso de Jurema e Belém de Maria, no agreste pernambucano.

Atualmente, 919 pacientes estão internados com quadros respiratórios graves nos leitos de UTI na rede pública – mesmo patamar de julho do ano passado. Além disso, a média móvel de confirmações diárias de novos óbitos no Estado chegou a 13,2 nesta segunda-feira (07.02) – um aumento de 128% na comparação com a de 14 dias atrás.

“Este cenário de aceleração exponencial da variante Ômicron impõe a adoção de novas medidas restritivas dentro do nosso Plano de Convivência. Por determinação do Governador Paulo Câmara, vamos continuar trabalhando para minimizar os impactos da doença, com a contratação de profissionais de saúde e a abertura de novos leitos. Mas só os esforços do Governo do Estado não serão suficientes para diminuir a circulação viral e superar o vírus. Precisamos, então, do engajamento da sociedade, com o respeito aos protocolos, o reforço nos cuidados e, principalmente, com a vacinação”, destacou o secretário estadual de Saúde, André Longo.

Críticas

Governador recebeu diversas críticas nas redes sociais | © Reprodução

Nas redes sociais, muitos internautas criticaram a forma que o governo tem atuado nas escolhas das medidas, e principalmente, com relação ao cancelamento do ponto facultativo do carnaval no estado.

Outro ponto questionado nas redes, e até pela oposição, foi o início do ano letivo, pois com o aumento dos casos e a alta transmissibilidade da variante Ômicron, crianças e adolescentes estariam em risco, até mesmo porque a vacinação desse grupo ainda está no início. Entretanto, não houve nenhuma recomendação por parte do Governo Paulo Câmara.

Apenas alguns prefeitos se manifestaram sobre o tema, mas com ações concretas apenas o prefeito de Buenos Aires, Fabinho Queiroz (PSD), que anunciou o início do ano letivo com aulas remotas. “Retomaremos as atividades nesta quinta-feira (3) de maneira remota , pois nem todos os nossos alunos menores estão imunizados com a vacina da Covid-19”, escreveu em suas redes sociais o prefeito Fabinho Queiroz.

Um dos críticos mais ferrenhos do governador Paulo Câmara, o deputado estadual Coronel Alberto Feitosa (PSC) publicou em suas redes sociais um vídeo criticando Paulo Câmara (PSB) e o prefeito de Recife, João Campos (PSB), por permitirem eventos como o Bloco do Seu Antônio que ocorreu na noite do último sábado (05/02), onde houve grande aglomeração e falta do uso de máscaras.

O deputado ainda criticou o prefeito João Campos – que é filho do ex-governador Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo nas eleições presidenciais de 2014 – por proibir os profissionais da saúde do município de Recife de saírem de férias, profissionais estes que já vêm esgotados nesses dois anos de pandemia.

*Por Eugênio de Lima/BR104 PE