PF e CGU desarticula esquema de corrupção na compra de equipamentos de robótica

Os mandados estão sendo executados em Maceió (16), Brasília (8), Gravatá (1), São Carlos (1) e Goiânia (1).

Sede da Polícia Federal em Maceió | Foto: Suely Melo/G1

Sede da Polícia Federal em Maceió | Foto: Suely Melo/G1

A Polícia Federal, em conjunto com a Controladoria Regional da União em Alagoas, deflagrou nesta quinta-feira (1º) a Operação Hefesto, visando desmantelar uma organização criminosa suspeita de cometer crimes de fraude em licitações e lavagem de dinheiro.

As investigações apontam que os crimes teriam ocorrido entre os anos de 2019 e 2022, durante a realização de processos licitatórios, adesões a Atas de Registro de Preços e celebrações contratuais relacionadas ao fornecimento de equipamentos de robótica para 43 municípios alagoanos.

Segundo as informações levantadas, as contratações teriam sido fraudulentamente direcionadas a uma única empresa fornecedora de equipamentos de robótica. A Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que as fraudes e o superfaturamento geraram um prejuízo de R$ 8,1 milhões aos cofres públicos, além de um sobrepreço que poderia atingir R$ 19,8 milhões.

Para combater essa prática ilícita, mais de 110 policiais federais e 13 servidores da CGU estão cumprindo 27 mandados judiciais de busca e apreensão. Os mandados estão sendo executados em Maceió (16), Brasília (8), Gravatá (1), São Carlos (1) e Goiânia (1). Além disso, foram expedidos dois mandados de prisão temporária em Brasília, todos pela 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Alagoas.

Além das ações de busca e apreensão e prisões, também foi determinado o sequestro de bens móveis e imóveis dos investigados, no valor de R$ 8,1 milhões. Além disso, os processos licitatórios e contratos administrativos celebrados entre a empresa fornecedora investigada e os municípios alagoanos que receberam recursos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE) para aquisições de equipamentos de robótica foram suspensos.

Durante a investigação, foi identificado que os sócios da empresa fornecedora e outros envolvidos realizaram movimentações financeiras para pessoas físicas e jurídicas sem capacidade econômica e sem relação com o ramo de fornecimento de equipamentos de robótica. Essa prática pode indicar a ocultação e dissimulação de bens.

Algumas transações eram fracionadas em valores inferiores a R$ 50 mil, aparentemente para evitar controles do Banco Central/COAF. Em seguida, eram feitos saques em dinheiro e a entrega dos valores aos destinatários.

A Operação Hefesto recebeu esse nome em referência ao deus grego da tecnologia, do fogo, dos metais e da metalurgia. A escolha do nome faz alusão aos equipamentos de robótica objeto das contratações públicas celebradas pelos municípios alagoanos.