Murici — Com cerca de 26 mil habitantes e cortada pelo Rio Mundaú, a cidade de Murici, localizada na Zona da Mata de Alagoas, tem tudo para ser um paraíso. Mas os problemas começam exatamente ali. O distrito industrial é um cemitério de obras públicas, inacabadas ou abandonadas.
Uma delas fica na zona rural, o matadouro público municipal está quase pronto e tem capacidade para abater 50 bovinos, suínos e caprinos, por dia. O novo abatedor começou a ser construído há dez anos, época em que ocorreu as enchentes, e até o momento não foi entregue.
A placa instalada em frente ao local confirma que a obra foi feita com dinheiro público. Custou cerca de R$ 1.166.210,78. Dinheiro que saiu do Ministério da Agricultura e da Prefeitura de Murici. Pelos corredores, equipamentos novos estão sendo deteriorados com a ação do tempo.
Abatedouro segue com obras paradas e ainda não foi entregue à população — © BR104
Com a demora da conclusão da obra, os abates estão sendo realizados em matadouros clandestinos, como os que ficam localizados próximos das comunidade Cajueiro e Tamarina. Nesses locais, os restos dos animais abatidos e o sangue são jogados no leito do Rio Mundaú.
Em junho deste ano, a prefeitura solicitou do Instituto do Meio Ambiente (IMA), a Regularização da Licença de Instalação para construção do matadouro. Mas nada aconteceu. Enquanto um sonho antigo dos moradores não se realiza, o local continua abandonado, rodeado de matos e jogado às traças.
“Murici hoje é um paraíso de obras inacabadas. Temos o Núcleo Industrial que era pra ter várias indústria, e sem indústrias. Temos o matadouro municipal, que também foi investido milhões e até agora nada de resolver […]”, disse o vereador Fernando Tenório. Ele quer que o MP que investigue o desperdício dos investimentos.
Reveja a reportagem produzida pelo BR104 em 28 de maio de 2019:
Pelos corredores, equipamentos novos estão sendo deteriorados com a ação do tempo — © Reprodução
Pelos corredores, equipamentos novos estão sendo deteriorados com a ação do tempo — © Reprodução
