Pandemia: Organização Mundial de Saúde muda status do surto do coronavírus

Vírus já contaminou mais de 118.000 pessoas em 114 países; diretor-geral da organização pediu que países 'ativem e ampliem seus mecanismos de resposta'

Diretor-geral da OMS declara pandemia por coronavírus — © Fabrice Coffrini/AFP

Diretor-geral da OMS declara pandemia por coronavírus — © Fabrice Coffrini/AFP

Mundo — A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou nesta quarta-feira (11), o surto do novo coronavírus (Covid-19) como uma pandemia. A classificação significa que uma transmissão recorrente está ocorrendo em diferentes partes do mundo e de forma simultânea.

De acordo com o órgão, a quantidade de pessoas infectadas e países atingidos pelo vírus pode aumentar nos próximos dias e semanas. Apesar disso, os diretores ressaltaram que a declaração não muda as orientações, e que os governos devem manter o foco na contenção da circulação do vírus.

“A descrição da situação como uma pandemia não altera a avaliação da OMS da ameaça representada por esse vírus. Isso não muda o que a OMS está fazendo nem o que os países devem fazer”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.

Mesmo com a declaração, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse nesta tarde que a classificação já era esperada, mas, na prática, não muda nada para o Brasil. Ele retomou uma crítica que já tinha feito antes à OMS, afirmando que o órgão demorou para usar essa definição.

Um dos objetivos da Organização Mundial da Saúde com a declaração e de conscientizar governos a agir, enquanto a entidade insiste que muitos continuam sem entender a dimensão do problema. Temos deixou claro que o uso da palavra “pandemia” dever ser usada com “cuidado” e ciente do que isso pode representar.

“Pandemia não é uma palavra para ser usada de maneira leviana ou descuidada. É uma palavra que, se mal utilizada, pode causar medo irracional ou aceitação injustificada de que a luta acabou, levando a sofrimento e morte desnecessários”, disse Tedros.

Nas últimas duas semanas, segundo a OMS, o número de casos fora da China aumentou 13 vezes e o número de países afetados triplicou. São mais de 118 mil casos ao redor do mundo e 4.291 mortes. O Brasil tem ao menos 35 casos confirmados.