Paul Mackenzie, líder de uma seita evangélica no Quênia que levou centenas de fiéis a jejuarem por vários dias “até conhecerem Jesus”, pode ser acusado de assassinato após a morte de seus seguidores.
Uma audiência sobre o assunto aconteceu nesta quarta-feira (17). Na ocasião, um juiz determinou que Mackenzie e seus supostos colaboradores passem por avaliação de saúde mental antes de serem formalmente acusados.
Caso a acusação aconteça, o líder evangélico e 94 pessoas podem responder por terrorismo, assassinato, homicídio culposo e tortura após a morte de 429 seguidores.
“Após uma análise minuciosa das provas, o diretor de Processos Penais está convencido de que existem provas suficientes para processar 95 suspeitos”, afirmou o Ministério Público em um comunicado.
Mackenzie é fundador da Igreja Internacional das Boas Novas. As investigações apontam que ele incentivou várias pessoas a passarem por uma greve de fome na floresta de Shakahola, onde os corpos foram encontrados em valas, em abril do ano passado.
A motivação para o jejum seria encontrar Jesus em 15 de abril, data em que o líder religioso acreditava que o mundo acabaria. A maioria dos cadáveres foram encontrados foram de crianças, que também participaram do ritual.
As necropsias apontam que parte dos 429 fiéis morreram de fome e desnutrição, enquanto outros foram estrangulados, agredidos ou sufocados. Além disso, houveram vítimas que foram encontradas sem alguns órgãos.