Após laudo da CPRM, Braskem anuncia paralisação das atividades em Alagoas

A Braskem comunicou que "está avaliando os impactos na planta de PVC em Marechal Deodoro/AL e nas suas plantas do Polo de Camaçari/BA

Braskem anuncia paralisação das atividades em Alagoas (Crédito: BR104/Arquivo)

Braskem anuncia paralisação das atividades em Alagoas (Crédito: BR104/Arquivo)

Maceió – Um dia após a divulgação do laudo da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), que aponta a responsabilidade da petroquímica aos danos causados nos bairros do Pinheiro, Mutange e Bebedouro, em Maceió, a Braskem anunciou, em nota divulgada na tarde desta quinta-feira (9), a paralisação das atividades no estado de Alagoas.

Em nota, a Braskem comunicou que “está avaliando os impactos na planta de PVC em Marechal Deodoro/AL e nas suas plantas do Polo de Camaçari/BA, uma vez que estão integradas na cadeia produtiva. A empresa usará todos os padrões de segurança aplicáveis para esse processo”.

Resultado

Nessa quarta-feira (08), na sede da Justiça Federal em Alagoas, foi apresentado o resultado do laudo do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), que apontou a relação entre a extração de sal-gema pela multinacional, causando uma instabilidade no solo dos bairros do Pinheiro, Mutange e Bebedouro. Ao todo, 35 poços operaram ou operam nos bairros.

O problema que começou em fevereiro de 2018, após fortes chuvas e um tremor de terra, se agravou, obrigando centenas de famílias a deixarem suas moradias por causa dos riscos de desabamento.

“A desestabilização das cavidades provenientes da extração de salgema, provocando halocinese [movimentação do sal], e criando uma situação dinâmica com reativação de estruturas geológicas antigas, subsidência [afundamento] do terreno e deformações rúpteis na superfície [trincas no solo e nas edificações]”, diz um trecho do laudo.

De acordo com o documento, os danos em superfície são agravados pelos efeitos erosivos provocados pelo aumento da infiltração da água de chuva em fraturas/falhas preexistentes, bem como por novas fraturas produzidas pela subsidência. Este processo erosivo é acelerado pela existência de áreas de alagamento e a falta de uma rede de drenagem pluvial e de saneamento básico adequados.

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Confira a nota na íntegra:

A Braskem iniciou o processo de paralisação da atividade de extração de sal e da consequente paralisação das fábricas de cloro-soda e dicloretano localizadas no bairro do Pontal da Barra em Maceió/AL. Além disso, a Companhia está avaliando os impactos na planta de PVC em Marechal Deodoro/AL e nas suas plantas do Polo de Camaçari/BA, uma vez que estão integradas na cadeia produtiva. A empresa usará todos os padrões de segurança aplicáveis para esse processo.

Essa medida ocorre em função dos desdobramentos decorrentes da divulgação do Relatório n.1 pelo Serviço Geológico do Brasil – CPRM, que discorre sobre as causas dos eventos geológicos que afetaram o bairro do Pinheiro. A Companhia analisará os resultados apresentados bem como as medidas cabíveis a respeito do assunto. A Braskem vem colaborando com as autoridades na identificação das causas dos eventos com apoio de especialistas independentes. Tendo em vista o compromisso com a segurança das pessoas, a Braskem reafirma que continuará implementando as ações emergenciais na região e avaliará junto aos órgãos competentes a implementação de medidas adicionais.