Racismo em Alagoas: Jovem negro tenta comprar celular e é acusado de roubo no GBarbosa

O jovem contou que foi conduzido até uma sala, e foi agredido por cerca de duas horas. Nesse período ele foi forçado a gravar um vídeo confessando ter cometido o crime.

Hipermercado GBarbosa

Hipermercado GBarbosa

Um dia após o Dia da Consciência Negra, um jovem de 19 anos que não teve sua identidade divulgada, foi agredido por cerca de duas horas, em uma unidade do supermercado GBarbosa, em Maceió.

Segundo relatou o jovem ao G1, ele teria ido comprar um celular na unidade que fica na Feirinha do Tabuleiro, na manhã do sábado (21/11).

Ele conta que enquanto escolhia o smartphone que compraria a vista, foi abordado por um segurança que o acusou de haver furtado um aparelho no dia anterior.

O jovem contou que foi conduzido até uma sala, e foi agredido por cerca de duas horas. Nesse período ele foi forçado a gravar um vídeo confessando ter cometido o crime.

Quando os militares chegaram ao local, o jovem foi liberado por não haver qualquer prova de que ele houvesse furtado o aparelho.

– Eu saquei R$ 1.200 do auxílio emergencial na CAIXA e fui com R$ 1.090 no bolso para o GBarbosa da Feirinha do Tabuleiro para comprar um celular. Quando eu estava lá, chegou um homem e pegou na minha cintura por trás dizendo que era policial e que eu já tinha roubado um celular lá. Ele me levou para uma salinha e me agrediu, bateu muito na minha cabeça, colocou um saco na minha cabeça. Não estava só ele na sala, mas ninguém fez nada. Depois que a PM chegou, ninguém me pediu desculpa nem falou nada”, contou.

O advogado Basile Christopoulos está representando a vítima e falou sobre o caso.

“Foi um caso bárbaro. Um jovem que aos 19 anos foi comprar um celular no supermercado GBarbosa da Feirinha do Tabuleiro e aí foi abordado por alguém que se dizia policial e sofreu agressões. Colocaram um saco na cabeça dele, foi espancado violentamente. Ele fez um exame de corpo de delito no IML, fez um boletim de ocorrência para punir aqueles que o torturaram e praticaram essa violência física, como também indenização do ponto de vista civil, porque foi uma violência muito triste. A família está muito abalada com a situação toda que ocorreu”, disse o advogado.

GBarbosa