Maceió afunda há quase 20 anos, aponta técnicos durante audiência pública

O afundamento do solo em Maceió teve início em 2004 e agravou-se devido à negligência dos órgãos fiscalizadores.

Mina 18 | © Reprodução

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Uma audiência pública realizada na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (12) revelou que o afundamento do solo em Maceió, que já atingiu cerca de 60 mil pessoas, teve início em 2004 e teria se agravado devido à negligência dos órgãos fiscalizadores.

A audiência, coordenada pelo deputado federal Alfredo Gaspar (União), contou com a participação de técnicos dos órgãos de fiscalização, que apresentaram imagens de satélites que mostram o avanço do afundamento ao longo dos anos.

“Essa informação ficou muito clara e mostra que só chegamos a esse estágio trágico por conta da leniência dos órgãos de fiscalização. Tudo isso poderia ter sido evitado”, afirma o coordenador da Comissão, deputado Alfredo Gaspar.

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O parlamentar também ressaltou a necessidade de soluções para as vítimas desse crime, como pescadores e marisqueiras, e apontou a responsabilização daqueles envolvidos no desastre.

“A Braskem, com sua ganância irresponsável, prejudicou a vida de mais de 60 mil pessoas, retiradas de suas casas, de seus comércios, das praças, das igrejas, dos lugares que amavam, não por vontade própria, mas porque o crime impôs isso a todas elas”, afirma Gaspar.

“E, hoje, enquanto agentes políticos, precisamos de soluções para todas as vítimas, principalmente para os recém atingidos com os novos colapsos, como os pescadores, as marisqueiras, e todos que estão nas bordas desse crime, sofrendo com a angústia de não saber se vão cair dentro de um buraco”, aponta.

Alfredo Gaspar encerrou sua fala responsabilizando a Braskem, seus controladores, executivos e todos que participaram direta ou indiretamente da maior tragédia socioambiental no país.

“Eles têm uma dívida considerável com Maceió e seu povo, e eu espero que tenham a responsabilidade de nunca mais operar em áreas habitadas. Esse crime tem culpados, e todos devem ser responsabilizados”, afirma o deputado.

Assista a audiência pública completa no vídeo abaixo: