Em assembleia realizada nesta terça-feira (5), os trabalhadores do Hospital Veredas, em Alagoas, decidiram iniciar uma greve por tempo indeterminado a partir de segunda-feira, 11 de novembro, às 7h. A decisão foi tomada em meio à insatisfação com os recorrentes atrasos salariais, entre outras demandas.
A categoria exige a regularização de três meses de salários em atraso, o pagamento do complemento do piso salarial da enfermagem, o fornecimento de vale-transporte e o pagamento do 13º salário referente ao ano de 2022.
De acordo com representantes sindicais, a paralisação será realizada em conformidade com a legislação, mantendo 30% dos serviços em operação para atender às necessidades emergenciais da população. A decisão de iniciar a greve na próxima segunda-feira considera o prazo de 72 horas para notificar os órgãos competentes, evitando sanções legais.
A situação no Hospital Veredas tem gerado preocupações frequentes entre os trabalhadores e a comunidade. Segundo relatos dos profissionais, a crise financeira da unidade já dura anos, afetando diretamente a qualidade dos serviços e o ambiente de trabalho. Problemas como a falta de insumos médicos, medicamentos, equipamentos de proteção e condições estruturais adequadas são apontados como agravantes do ambiente profissional.
Além disso, representantes dos trabalhadores mencionam que as condições precárias estão levando ao adoecimento mental de diversos funcionários, com aumento de relatos de ansiedade, depressão e, em casos extremos, ameaças de suicídio. “A situação que pais e mães estão enfrentando é de calamidade. Muitos estão passando fome, sendo despejados por falta de pagamento de aluguel”, disse Mário Jorge, representante dos auxiliares e técnicos de enfermagem, durante a assembleia.
Com a greve, os trabalhadores também solicitam a intervenção na administração do Hospital Veredas para garantir a continuidade e a melhoria dos serviços. Recentemente, o hospital foi alvo de uma reunião entre representantes do Ministério Público Federal (MPF) e da Defensoria Pública da União (DPU), na qual se discutiu a possibilidade de intervenção federal caso a administração da unidade não apresentasse um plano eficaz para reverter a crise.
O MPF e a DPU deram à direção do hospital até o dia 8 de novembro para submeter uma proposta de ação, que inclua soluções para os problemas financeiros e operacionais que afetam a unidade. Se a situação não for resolvida, as autoridades podem avançar com a intervenção, visando proteger tanto a população atendida quanto os profissionais que atuam na instituição.
Esta é a terceira greve dos trabalhadores do Hospital Veredas neste ano, destacando a persistência dos problemas salariais e estruturais enfrentados pela equipe. Com o início da paralisação, os trabalhadores planejam realizar atos e protestos em frente à unidade, com o objetivo de pressionar as autoridades e a direção do hospital a buscar soluções definitivas para a crise.
As entidades sindicais envolvidas na paralisação incluem o Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem, o Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Alagoas, entre outros, que estão notificando o Ministério Público do Trabalho e a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego.