Após declarar morte de paciente ainda viva, médico do HGE é indiciado

O delegado Robervaldo Davino, do 6º Distrito Policial (DP), chegou a conclusão que houve negligência por parte do médico

HGE | © Reprodução

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A Polícia Civil (PC), indiciou um médico de 42, que trabalha no Hospital Geral do Estado (HGE), após declarar a morte de uma paciente que ainda estava viva.

O caso ocorreu em 4 de julho deste ano, quando a vítima Aldeci da Silva Ferreira, de 65 anos, sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC), e foi declarada morta pelo médico.

De acordo com a investigação do delegado Robervaldo Davino, do 6º Distrito Policial (DP), o médico, que não teve sua identidade revelada, declarou a idosa morta por volta das 17h. Entretanto, quando a equipe estava transportando a paciente em um saco funerário, percebeu que ela estava viva.

Após ouvir todas as testemunhas e funcionários do hospital, o delegado chegou a conclusão que houve negligência por parte do médico. De acordo com os depoimentos, Aldeci voltou para Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas acabou falecendo às 21:10h do mesmo dia.

Na época o caso teve grande repercussão pois a irmã dela, Claudete Ferreira da Silva, procurou a polícia e solicitou uma investigação, pois acusava a equipe médica hospitalar de negligência.

Claudete disse ao delegado que  sua irmã teve um mal súbito em casa, no conjunto José da Silva Peixoto, no dia 2 de julho, e foi levada ao HGE por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), onde permaneceu sob tratamento durante um dia na área vermelha.

“A denunciante contou que tomou conhecimento de que a irmã havia falecido e, ao chegar ao necrotério, percebeu que o corpo não estava lá. Ficou sabendo, no hospital, que um funcionário teria dado conta de que um paciente ‘ensacado’ estava se debruçando. Claudete descobriu que se tratava da própria irmã, que já tinha sido retirada do necrotério e voltado para a área vermelha”, relatou o delegado.

A assessoria de comunicação do Hospital Geral do Estado declarou em nota que a paciente não foi “ensacada” viva, no entanto, admitiu que chegou a informar o óbito para os familiares mesmo a idosa apresentando reflexos.