Em uma coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira (18), a coordenação do Laboratório de Aquacultura e Ecologia Aquática (Laqua) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) afirmou que não houve alteração na qualidade da água da Lagoa Mundaú após o rompimento da mina 18, localizada no bairro do Mutange, em Maceió.
Segundo os dados apresentados, que abrangem o período de 2 a 11 de dezembro, não foi identificado nenhum fator que comprove, pelo menos até o momento, que a mina 18 teve impacto na água da lagoa. O coordenador do laboratório, Emerson Soares, esclareceu que, embora o composto fluoreto tenha sido detectado acima do limite, essa situação não está relacionada à mina, mas sim a fertilizantes e esgotos.
Soares ressaltou que os dados são atuais, mas podem mudar no futuro, razão pela qual os órgãos competentes continuarão monitorando a situação. “A urbanização ofende a laguna por meio de características de modificação baseada em atividades sociais, econômicas, desenvolvidas dentro dela. É importante pensar na laguna como um ambiente que recebe ações climáticas e humanas”, disse Ana Karine Pimentel, gerente do Instituto do Meio Ambiente (IMA).
Além disso, a coletiva abordou a morte do sururu na lagoa, um problema antigo atribuído à poluição na Mundaú. Emerson Soares explicou que foram encontrados diversos compostos prejudiciais ao sururu, provenientes de esgotos, solventes, agrotóxicos e outros agentes poluentes.
Ele destacou que, embora não tenha sido identificado nenhum produto agressivo diretamente relacionado ao rompimento da mina, a poluição crônica contribui para o declínio da vida marinha na região.
“Outro fator importante do sururu não se desenvolver é a questão do soterramento em períodos de chuva, principalmente no mês de junho, quando ocorre o acúmulo de nutrientes e pesticidas carreados pelo rio Mundaú, um rio degradado com marés devastadas”, concluiu Soares.