O Ministério Público de Alagoas (MPAL) anunciou que irá recorrer da decisão que condenou Cláudio Gomes Santos, acusado de matar sua ex-companheira, Alberita Barbosa da Silva, a pauladas, em outubro de 2022, em Maceió. O caso gerou indignação após o Tribunal do Júri desclassificar o crime de feminicídio para lesão corporal seguida de morte, resultando em uma pena de pouco mais de nove anos de prisão em regime fechado. “O réu não teve a intenção de assassinar a mulher, apenas lesioná-la”.
Durante o julgamento, ocorrido na quarta-feira (10), o MPAL defendeu a tese de homicídio triplamente qualificado, alegando que o réu agiu com crueldade e motivo torpe, caracterizando o feminicídio. Segundo o promotor de Justiça Antônio Vilas Boas, a pena deveria ter sido maior, pois o réu tinha plena intenção de matar a vítima. “O réu precisa ser responsabilizado conforme prevê a lei. Vamos recorrer dessa decisão”, afirmou Vilas Boas.
Alberita vivia uma relação de violência doméstica, e, no dia do crime, foi brutalmente agredida até a morte após uma discussão sobre a partilha de lucros de uma venda de peixes. Testemunhas confirmaram que a vítima já havia sido ameaçada de morte pelo ex-companheiro.
O MPAL buscará reverter a desclassificação do crime para garantir uma punição mais severa para Cláudio Gomes, que, segundo o órgão, tirou a vida de Alberita de forma intencional e cruel.