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Justiça

Juiz aponta risco à ordem pública e mantém empresário de academia preso por assédio em União

O acusado teria abaixado a roupa íntima da aluna e inserido o dedo em sua vagina.

Publicado: | Atualizado em 01/11/2024 09:35


Juiz Lisandro Suassuna - @Br104
Juiz Lisandro Suassuna - @Br104

A Justiça de Alagoas decidiu manter a prisão preventiva do proprietário de uma academia localizada no Loteamento Santa Maria Madalena, em União dos Palmares, acusado de importunação sexual contra uma jovem de 23 anos durante uma avaliação física. A decisão foi emitida nesta quinta-feira (31) pelo juiz Lisandro Suassuna de Oliveira, da 3ª Vara Criminal de União dos Palmares, que destacou a necessidade da medida para a garantia da ordem pública e proteção da instrução processual.

O caso envolve uma denúncia feita pela vítima, que relatou um episódio de assédio durante uma sessão de avaliação física na academia. De acordo com o depoimento da jovem, o dono da academia, que também atuava como profissional de educação física, teria sugerido que ela tirasse o short e ficasse apenas de calcinha para que pudesse registrar uma foto da condição inicial de seu corpo. Segundo a vítima, o suspeito usaria o próprio celular dela para captar a imagem, com o intuito de comparações futuras de seu progresso físico.

No entanto, ao se aproximar para realizar a foto, o acusado teria abaixado a roupa íntima da jovem e inserido o dedo em sua vagina. A jovem, abalada, rapidamente se vestiu e confrontou o profissional, que teria pedido desculpas na tentativa de minimizar o ocorrido. A vítima, no entanto, afirmou não poder desculpá-lo, considerando a atitude como uma grave violação de conduta profissional.

O suspeito, por sua vez, nega as acusações e afirma que a aluna teria concordado em tirar o short para as fotos, mas contesta a alegação de assédio sexual e diz não compreender o motivo da denúncia.

Decisão Judicial

O juiz Lisandro Suassuna de Oliveira determinou a manutenção da prisão preventiva, argumentando que, em um ambiente privado mas acessível ao público, como é o caso da academia, há a possibilidade de risco à ordem pública, especialmente em uma cidade de pequeno porte. “Observa-se que há indícios de que o autuado teria praticado um crime contra a dignidade sexual da vítima. Ademais, há reprovabilidade social, haja vista o atentado contra a dignidade sexual da mulher, o que provoca o temor de que outras mulheres desfrutem da prática de atividade física na academia”, pontuou o magistrado.

Na decisão, o juiz destacou também o impacto do caso sobre a comunidade, enfatizando que o ocorrido gerou inquietação entre os moradores locais. “O temor de que outras mulheres, incluindo adolescentes, possam ser alvo de condutas semelhantes provoca desassossego nos habitantes da localidade, além de um receio entre pais, maridos e filhos”, disse.

Lisandro Suassuna de Oliveira ressaltou ainda a possibilidade de que outras vítimas possam ter passado por situações semelhantes e que a soltura do suspeito poderia inibir novas denúncias. A decisão pela prisão preventiva visa, portanto, não apenas assegurar o curso das investigações, mas também encorajar potenciais vítimas a relatarem suas experiências, colaborando com a Justiça.

O caso segue em investigação, e a Polícia Civil de União dos Palmares incentiva qualquer pessoa que tenha sofrido comportamentos inapropriados a registrar denúncias no Centro Integrado de Segurança Pública (CISP).


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