
O Ministério Público de Alagoas (MP-AL) iniciou uma investigação sobre um suposto esquema de desvio de dinheiro público que teria ocorrido na Prefeitura de Messias entre 2020 e 2022. A denúncia, apresentada à Ouvidoria do MP-AL, envolve o nome do prefeito Marcos Silva, e detalha pagamentos irregulares que teriam sido realizados ao então controlador municipal, João José da Silva.
De acordo com a denúncia, o prefeito teria autorizado pagamentos extras ao controlador da cidade, como forma de gratificação, mas o valor não poderia ser depositado diretamente na conta do funcionário, devido à existência de seu salário formal. Para contornar essa situação, os recursos teriam sido depositados na conta bancária de Natasha Polyni Oliveira Silva, filha do controlador e ex-esposa do denunciante.
Denúncia detalha o esquema
O denunciante, ex-marido de Natasha, contou ao MP que foi informado pela própria esposa sobre o esquema. Segundo ele, os valores eram transferidos para a conta de Natasha, a qual teria repassado os recursos ao pai. Ele ainda alegou que, por ser contrário a essa prática, sua ex-esposa e o sogro teriam conspirado contra ele, resultando no divórcio do casal.
A denúncia também aponta que o denunciante possuía em seu computador provas dos pagamentos irregulares, incluindo extratos bancários. No entanto, o equipamento teria sido retido pela ex-esposa durante o processo de separação, sob a alegação de que o aparelho estava danificado. O denunciante acredita que os dados foram destruídos propositalmente para dificultar qualquer comprovação.
Processo judicial e impactos na investigação
Atualmente, o denunciante enfrenta um processo baseado na Lei Maria da Penha, movido por sua ex-esposa e seu ex-sogro, que atua como advogado no caso. Ele sustenta que as acusações de ameaça feitas contra ele surgiram após ter anunciado que levaria o suposto esquema fraudulento ao conhecimento das autoridades.
A Ouvidoria do MP-AL encaminhou o caso à 2ª Promotoria de Justiça de Rio Largo, que está conduzindo a investigação. Com base na denúncia, o MP-AL solicitou a abertura de um Procedimento de Investigação Criminal (PIC) para apurar os fatos. Entre as medidas possíveis, destaca-se o pedido de quebra de sigilo bancário dos envolvidos, a fim de verificar a movimentação financeira no período indicado.
O que diz o prefeito de Messias
Embora o prefeito Marcos Silva não tenha sido formalmente acusado, seu nome foi mencionado no relato do denunciante como responsável por autorizar as gratificações que teriam dado origem ao esquema. O BR104 tentou diversas vezes contato com o gestor, mas até o momento, a Prefeitura de Messias não se manifestou oficialmente sobre o caso.