
Acontece nesta sexta-feira (21), em Maceió, o aguardado julgamento de Carlos Eduardo Pedrosa dos Santos, conhecido como Dudu do Posto, acusado pelo assassinato de José Alysson Belarmino da Silva, ocorrido em 2014, no distrito de Rocha Cavalcante, em União dos Palmares. O caso, que se arrasta há mais de uma década, é considerado um dos mais emblemáticos da região, tanto pelo contexto político quanto pelas circunstâncias violentas do crime.
O julgamento foi transferido de União dos Palmares para a capital por decisão do juiz Lissandro Suassuna, que apontou possível influência política do réu e de sua família na cidade natal. O acusado não compareceu presencialmente ao tribunal, alegando problemas de saúde, e apresentou atestado médico datado de 20 de março. A ausência gerou protestos da acusação, mas a Justiça autorizou que Dudu prestasse depoimento por videoconferência. O Ministério Público pediu o rastreamento da localização do acusado através do link de acesso remoto.
A defesa de Dudu do Posto ganhou reforço com a entrada do renomado advogado Welton Roberto, que se une a Raimundo Palmeira, formando uma das bancas mais prestigiadas e caras de Alagoas. Ambos são experientes em tribunais do júri e conhecidos por atuar em casos de grande repercussão. A escolha da dupla indica uma estratégia jurídica de alto nível para tentar evitar uma condenação que pode chegar a 30 anos de prisão.
Do lado da acusação, atuam o Ministério Público Estadual e o advogado Alan Belarmino, irmão da vítima. Eles sustentam a tese de homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel, emboscada e impossibilidade de defesa da vítima, com base no artigo 121, §2º, incisos I, II, IV e V do Código Penal.
O crime aconteceu em 24 de setembro de 2014, após um comício no distrito de Rocha Cavalcante. Alysson, assessor político do então deputado Ronaldo Lessa, foi atingido com um disparo pelas costas, quando estava dentro de um carro, na companhia dos filhos de um amigo. O disparo fatal atingiu o pescoço da vítima. Dudu teria agido motivado por uma desavença política, e fugiu logo após o crime.
Após quatro sucessivos adiamentos, o júri finalmente acontece com forte cobertura da imprensa e atenção da população palmarina. O desfecho deste julgamento pode se tornar um marco no histórico recente da Justiça alagoana.