
O Tribunal do Júri julga nesta quinta-feira (20) Jefferson Marcos Timóteo da Silva, acusado de assassinar sua esposa, Carla Janiere da Silva Barros, dentro do estabelecimento comercial do casal, em novembro de 2023. O crime chocou a cidade de Murici e ganhou repercussão estadual pela brutalidade e pelos indícios de premeditação.
Desde a data do homicídio, Jefferson Marcos encontra-se preso preventivamente. Ele foi denunciado pelo Ministério Público de Alagoas (MPAL) por homicídio quadruplamente qualificado, considerando os agravantes de motivo torpe, meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e feminicídio. A juíza Paula de Goes Brito Pontes, da Vara do Único Ofício de Murici, determinou que o caso fosse levado a julgamento popular, conforme prevê a legislação para crimes dolosos contra a vida.
Crime brutal e acusação de premeditação
De acordo com as investigações, o crime ocorreu pouco mais de um mês após a inauguração do comércio do casal. Testemunhas relataram que a relação entre os dois era marcada por episódios de violência psicológica e discussões frequentes. Em um dos últimos desentendimentos, uma funcionária da loja registrou Jefferson visivelmente alterado, chegando a danificar parte do estabelecimento. Horas antes do crime, Carla teria enviado uma mensagem demonstrando medo e pedindo que o ocorrido fosse relatado à sua família.
O advogado de assistência de acusação, Díogenes Tenório, ressaltou que o homicídio foi premeditado e cometido de forma cruel. “Jefferson agiu de maneira calculada, impedindo Carla de se defender. Além disso, ele confessou o crime e se valeu da confiança que a vítima tinha nele para executar sua intenção”, afirmou. A defesa do acusado, por sua vez, alega que ele estava em um estado emocional abalado no momento do crime e busca reduzir a pena.
Julgamento e expectativas
O julgamento ocorre no Fórum de Murici e atraiu um grande público, incluindo familiares e amigos de Carla Janiere, além de representantes de movimentos sociais de defesa dos direitos das mulheres. A previsão é de que a sessão dure todo o dia, com depoimentos de testemunhas e apresentação das provas pela acusação e pela defesa.
Caso seja condenado, Jefferson Marcos poderá receber a pena máxima prevista para feminicídio, que pode ultrapassar 30 anos de reclusão. “Esperamos que a justiça seja feita e que esse caso sirva de alerta sobre a importância de combater a violência contra as mulheres”, declarou um dos familiares da vítima.
A decisão final do júri será anunciada ao término dos debates entre as partes e a orientação do magistrado aos jurados. O caso segue em ampla repercussão e levanta discussões sobre medidas de proteção e prevenção da violência doméstica.