Ibateguara – Na última terça-feira (11), durante uma sessão na Câmara Municipal de Vereadores do município de Ibateguara, localizada na Zona da Mata de Alagoas, o vereador Ednaldo Ferreira Claudio, presidente da Câmara, mais conhecido como Nal (PMB), fez várias acusações contra o prefeito do município, Manoel Geraertes Alves Cruz, o Geo Cruz (PTdoB).
Durante a sessão, ele revelou denúncias sobre uma ONG, que segundo o vereador, presta serviços a todas as secretarias do município e recebe cerca de quase R$ 600 mil por mês para manter os principais serviços, como: saúde e segurança. “Praticamente, essa prefeitura é a ONG, e não mais a prefeitura de Ibateguara”, ironiza.
Nal ainda falou sobre seu afastamento de Geo Cruz, e explicou que o motivo para este distanciamento teve início no dia em que ele teria ido até a Rua do Cruzeiro, onde estavam sendo realizadas entregas de residências. “Estavam sendo realizadas entregas de casas e eu fui para prestigiar. No primeiro dia, não havia quase ninguém, estavam apenas cerca de 20 pessoas. Já no dia seguinte, em outra entrega, e para minha surpresa, o local estava cheio de gente“.
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Segundo o vereador, ao chegar no local, estavam circulando comentários de que as pessoas haviam sido forçadas a comparecerem nas cerimônias que o prefeito estava realizando. “Quando cheguei lá, o comentário era que as pessoas foram forçadas a comparecerem ao evento ou perderiam o emprego. Tinha que ir ou perderia o emprego!“, dispara.
Não se pode adoecer no município
Outra denúncia feita pelo vereador, foi a situação em que se encontra a unidade de saúde do município. Segundo Ednaldo, não existem médicos no hospital, e as pessoas precisam se deslocar para outros municípios em caso de situações mais graves.
Ele relatou o dia em que estava numa pizzaria da região, juntamente com outros vereadores – Gustavo, Dil e Agnaldo, e o pai de um garoto, que estava internado na UPA, em total estado de desespero, teria questionado o que eles estariam fazendo enquanto o filho estava no hospital. “Baixamos a cabeça e não tivemos moral alguma para respondê-lo, porque nós fomos eleitos para representar, defender o povo e pra fiscalizar o que é melhor pra cidade”, contou. Ele concluiu dizendo que tiveram que buscar o médico até a unidade.
Ainda segundo ele, até um outro vereador passou pela mesma situação e teve que se descolar até o município de São José da Laje para receber atendimento médico. “As coisas vão acontecendo com os vereadores, com as famílias e mais famílias, e o que nós estamos fazendo?“, questionou.
ONG ganha e não presta serviço pelo que recebe
O vereador continuou falando sobre a série de denúncias a respeito do prefeito de Ibateguara. Em uma de suas revelações, ele citou uma ONG que presta diversos serviços ao município. “O dinheiro está sendo pago todo mês, tenho aqui a prova de que todo mês eles recebem. Quem está recebendo pra prestar esse serviço é a ONG, que recebe todo mês para ter médico 24 horas na UPA, então não vai precisar prefeito apertar nada não. O que precisa é colocar quem está recebendo pra trabalhar”, critica.
Para manter a Guarda Municipal do município, a ONG recebe cerca de R$ 150 mil mensal, que para o parlamentar, é um valor absurdo. “O que é que está sendo feito com esse dinheiro? Esse instituto gastou esse valor para manter a Guarda em um mês? Em quê?“, questiona.
“Mulher do prefeito recebe R$ 5 mil e filha R$ 2,5 mil por mês sem fazer nada“, diz vereador
A denúncia se agravou após o vereador disparar que a mulher do prefeito, Maria Suzy Anselmo da Silva, ganha cerca de R$ 5 mil sem fazer nada. “Ele devia chegar aqui e dizer que a mulher dele recebe R$ 5 mil por mês, sem fazer nada. Digo e provo também. E ainda digo mais… e recebe diárias sem nem saber aonde ela trabalha. Onde uma pessoa que não trabalha recebe diária?”, voltou a questionar.
Além da mulher, o parlamentar destacou ainda que a filha do prefeito, Andreza Pereira Alves, também recebe sem trabalhar como secretária da Secretaria da Criança e do Adolescente, órgão responsável pela fiscalização e cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e que zela pelo permanente cumprimento das políticas governamentais de assistência ao público-alvo.
Prédio do Proinfância está abandonado
As obras da creche do programa Proinfância, segundo o parlamentar, está condenada. Em 2013, o prefeito assinou um Termo de ajustamento de conduta (TAC), junto com o secretário de educação e com o Ministério Público (MP), que as obras seriam entregues no prazo de um ano, e até o momento não foram concluídas. “Imagine quanto de dinheiro público está sendo jogado fora no nosso município“, disse.
A obra custou aos cofres públicos cerca de R$ 1,5 milhões. Segundo Ednaldo, as crianças que seriam contempladas pelo programa, estão estudando em uma fazenda do município. “Agora aparece ele dizendo que vai fazer uma escola modelo. Em seis anos, ele não terminou nem o Proinfância, onde assinou esse TAC e tá o prédio condenado“, critica.
Vereadores irão formalizar denúncia
Ednaldo destacou que além dessas acusações, existem outros fatos que serão denunciados ao Ministério Público (MP), junto com outros vereadores, contra o prefeito do municípios de Ibateguara.
A equipe do BR104 tentou por diversas vezes entrar em contato com o prefeito, mas não obtivemos sucesso.
Marcamos entrevista com o vereador Ednaldo Ferreira, mas ele não compareceu.
Assista a todas as denúncias do vereador, durante a sessão da Câmara.
