Nesta quarta-feira (23/3), agências do INSS espalhadas por todo o Brasil iniciaram uma greve, reivindicando o fim de problemas recorrentes que dificultam o trabalho dos servidores públicos da área previdenciária.
De acordo com a FENASPS (Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social), 17 estados entraram em greve. Entretanto, o movimento não deve atrapalhar o atendimento à população, apenas a concessão de benefícios.
A FENASPS informou ainda que o Distrito Federal e 8 estados não registraram paralisações. Entre os estados citados, encontra-se Alagoas. No entanto, o SINDPREV/AL (Sindicato dos trabalhadores da Saúde, Previdência, Seguro Social e Assistência Social) informou que já foram feitas algumas paralisações, e que as principais agências já se preparam para a greve.
O BR104 entrou em contato com o vice-presidente do SINDPREV, Ronaldo Alcântara, que nos explicou melhor sobre as pautas de reivindicação solicitadas pela greve.
A princípio, Ronaldo nos falou que um dos principais motivos do movimento é o reajuste de 19,99% no salário, referente à reposição da inflação. A categoria está há cinco anos sem o reajuste.
Alcântara ainda alertou para a falta de servidores, que provoca um “efetivo defasado”. Como solução, está sendo reivindicada a realização de concurso público para provimento de vagas para todas as áreas ligadas à previdência.
Foram solicitadas 7200 vagas, porém Ronaldo informou que nem a metade do quantitativo solicitado foi aprovada. Além disso, ele confirma que não há nenhuma previsão para realização do concurso no ano de 2022.
Ele ainda deu instruções para que a população seja atendida. “As pessoas podem ligar no 135 ou acessar o “Meu INSS”, que funciona tanto como site, quanto no app”, informou Ronaldo.
Pauta de reivindicações:
– Recomposição salarial data-base;
– Reajuste dos auxílios alimentação, creche e saúde;
– Reestruturação da carreira típica de estado para o seguro social;
– Nível superior para ingresso ao cargo de técnico do Seguro Social;
– Rediscussão dos processos de trabalho;
– Fim dos adicionais de meta para o teletrabalho;
– Auxílio teletrabalho para o uso de internet, energia, mobiliário e equipamentos – Jornada de 30 horas semanais para o atendimento de qualidade para a população;
– Fim da terceirização do INSS;
– Concurso público;
– Derrubada do veto de R$ 1 bilhão do orçamento do INSS;
– Não ao fechamento das Agências do INSS e;
– Defesa do direito ao atendimento presencial ao cidadão nas unidades do órgão.
Além disso, os servidores também reivindicam em pauta específica, já entregue ao Ministro do Trabalho e da Previdência Social, que consiste na profissionalização da Carreira do Seguro Social.
De acordo com o SINDPREV-AL, das 384 carreiras do serviço público federal, a do Seguro Social, que abriga técnicos e analistas do órgão, é a única que possui vencimento básico abaixo do salário mínimo.