Um novo estudo publicado na revista BMJ Medicine nesta quarta-feira (15/3) sugere que o consumo diário de café pode ajudar a reduzir a gordura corporal e diminuir o risco de desenvolvimento do diabetes tipo 2. Pesquisadores do Reino Unido e da Suécia utilizaram a técnica estatística chamada randomização mendeliana para avaliar os efeitos da cafeína no sangue sobre o peso corporal e os riscos de doenças cardiovasculares em longo prazo.
A partir da randomização mendeliana, eles conseguiram analisar a ação de duas variantes genéticas comuns dos genes CYP1A2 e AHR, que estão associados à velocidade do metabolismo da cafeína no corpo.
Os resultados mostraram que níveis mais altos de cafeína no sangue foram associados a um índice de massa corporal (IMC) significativamente menor e a uma menor probabilidade de desenvolvimento do diabetes tipo 2. Os pesquisadores concluíram que a cafeína pode ajudar a melhorar o metabolismo das pessoas, mas destacaram a importância de não exagerar em bebidas com alto teor calórico com cafeína, como chai lattes.
Os autores do estudo observaram que indivíduos que carregavam as variantes genéticas metabolizavam a cafeína mais lentamente e normalmente tinham um alto nível da substância estimulante no sangue sem precisar consumir grandes quantidades, em comparação com aqueles que processavam a cafeína rapidamente. Esse primeiro grupo de participantes apresentava o IMC e o risco de diabetes tipo 2 mais baixos, levando os pesquisadores a reforçarem a teoria de que a cafeína era a responsável pela diferença.
Pesquisas anteriores já haviam mostrado que o consumo de três a cinco xícaras de café todos os dias está associado a um menor risco de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Estima-se que uma xícara média de café contém de 70 mg a 150 mg de cafeína, e a ingestão diária de 100 mg pode aumentar o gasto de energia em cerca de 100 calorias diárias.