Em Alagoas e mais 11 estados, estupro é o crime mais praticado contra crianças

Dados fazem parte do levantamento feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e pela Fundação José Luiz Egydio Setúbal.

Imagem ilustrativa de criança vítima de estupro | © Reprodução

Imagem ilustrativa de criança vítima de estupro | © Reprodução

Um levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e pela Fundação José Luiz Egydio Setúbal, divulgado nesta sexta-feira (03/12), aponta que o estupro é o crime mais praticado contra crianças e adolescentes em Alagoas e mais 11 estados.

O estudo reuniu boletins de ocorrência a respeito de cinco tipos de crimes, entre janeiro de 2019 e junho de 2021, contra vítimas de 0 a 17 anos. Com isso, pretende-se apresentar um panorama inicial sobre as dinâmicas das diferentes formas de abuso de parte dos Estados do país.

No período, foram registradas 129.844 ocorrências entre as categorias analisadas. O estupro foi o crime mais frequente (73.442 ocorrências), seguido por maus-tratos (28.098), lesão corporal em contexto de violência doméstica (23.494), mortes violentas intencionais (3.717) e exploração sexual (1.093).

Ainda conforme o levantamento, a cada dia, 76 casos de estupro contra crianças e adolescentes foram registrados em delegacias do Brasil no primeiro semestre de 2021. Ao todo, 13.925 ocorrências foram notificadas no período, um aumento de 6,9% em relação ao mesmo período do ano passado.

Entre os anos de 2019 e 2021, os casos desse tipo de crime se destacaram, sendo a faixa etária mais vulnerável entre 5 e 9 anos, com 26% das ocorrências registradas, e entre 10 a 14, com 47%. As vítimas são, na grande maioria, do sexo feminino (85%) e jovens negras (51,6%).

O Fórum reconhece, na análise dos dados, o impacto das medidas de isolamento social para o registro das ocorrências. Por isso, pontua que os dados do ano que vem serão importantes para entender as consequências da pandemia para o levantamento.

“Os casos que chegam até a Polícia Civil em geral são graves, indicando que essas vítimas provavelmente já haviam sido expostas à violência anteriormente. É importante investir em estratégias de prevenção para proteger essa parcela da população”, afirma a diretora-executiva do Fórum, Samira Bueno.

Perfil das vítimas por tipo de crime | © Reprodução