O cantor baiano Gilberto Gil, de 78 anos, confessou que tem sofrido “dificuldade física” e pânico ao sair na rua durante a pandemia do novo coronavírus.
“Agora tenho uma percepção mais nítida do envelhecimento, uma percepção mais física, mais sensorial. A questão do fôlego, do caminhar”, disse o cantor.
A revelação foi feita em uma entrevista ao canal de Astrid Fontenelle no YouTube, Gil refletiu sobre as mudanças que o tempo provocou e também os efeitos provocados pelo isolamento para evitar a contaminação pelo novo coronavírus.
“[O que sinto] Não é uma dificuldade psíquica, é uma dificuldade física, um problema sensorial. Já vinha mudando e tenho a impressão de que a pandemia foi o pontapé”, constatou o artista.
O artista que integra o grupo de risco por ter mais de 60 anos, mostrou solidariedade pelos milhares de idosos que morreram nos primeiros meses da pandemia em diversos países.
“Me comoveu muito no primeiro instante, as cenas dos velhinhos morrendo na Itália, na Inglaterra, na Espanha, e logo em seguida no Brasil também. Eu chorei muito nos primeiros dias, entre abril e maio, fiquei muito emotivo. Eu não conseguia sair do noticiário, desligar, fiquei o tempo todo. Aquilo me impactava muito”, relembrou Gil.
O cantor atualmente tem lidado com o medo de sair de sua casa no Rio de Janeiro, sequelas deixadas pela pandemia da Covid-19.
“O isolamento me trouxe algumas coisas, fico nervoso quando vou para rua, o barulho, o trânsito. De vez em quando vou dar uma caminhada, moro aqui em Copacabana. É uma loucura atravessar a rua. Fico em pânico com os ônibus e carros passando”, concluiu o cantor.