O filme nacional Ainda Estou Aqui, que concorre ao Oscar 2025, estreou nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (7). Trata-se de uma obra comovente dirigida por Walter Salles, abordando uma das mais dolorosas feridas da história do Brasil: a violência do regime militar.
O longa foi escolhido pela Academia Brasileira de Cinema para representar o país no Oscar 2025 e já acumulou diversos prêmios internacionais, incluindo o de Melhor Roteiro no prestigiado Festival de Veneza.
Baseado no livro biográfico de Marcelo Rubens Paiva, filho de Eunice e Rubens Paiva, o filme retrata o impacto do desaparecimento do ex-deputado Rubens Paiva, preso e morto pela ditadura em 1971.
A narrativa acompanha Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres na fase jovem e por Fernanda Montenegro em sua fase mais idosa.
Eunice, que simboliza a resistência e a dor das famílias afetadas pelo regime, criou sozinha os cinco filhos após a prisão do marido, e, mais tarde, dedicou-se à defesa dos direitos humanos e indígenas, consolidando um legado que ecoa até hoje.
O filme é ao mesmo tempo uma homenagem à luta de Eunice e uma representação da dor de inúmeras famílias. Ela morreu aos 86 anos, com Alzheimer.
Além de Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, Selton Mello interpreta Rubens Paiva, dando vida ao homem cujo desaparecimento ainda representa uma ferida aberta para o país.
Em 1996, após sancionada a chamada Lei dos Desaparecidos, foi emitido o atestado de óbito do ex-deputado, ficando assim reconhecida oficialmente a sua morte. O corpo dele nunca foi encontrado.