Desde que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), esbravejou durante um discurso em Maceió que ele é quem representa Jair Bolsonaro (PL) em Alagoas, criou-se uma expectativa nos bastidores de que a qualquer momento o senador Fernando Collor (PTB), que hoje é o candidato do presidente ao governo de Alagoas, poderá ver Bolsonaro declarar apoio ao senador Rodrigo Cunha, que disputa o mesmo cargo e conta com o apoio de Lira.
“Ninguém representa mais o Bolsonaro no estado de Alagoas do que eu. Porque roo o osso junto com ele lá. Ninguém vai roubar isso, ninguém vai se apropriar disso”, disse Lira em um evento com políticos e apoiadores, numa clara demonstração de força e alinhamento político com o presidente.
Embora tenha a simpatia de Bolsonaro, Collor, que já esteve do lado de Lula em outros tempos, não goza do mesmo prestígio político com o presidente do que o deputado Arthur Lira. O próprio presidente expressou sua gratidão a Lira durante a sua convenção.
O dilema é que Rodrigo Cunha já disse em várias ocasiões que não vota em Bolsonaro, pelo fato do presidente, enquanto era deputado, ter votado contra a cassação do assassino de sua mãe, a deputada federal Ceci Cunha, assassinada em 1998.
Por outro lado, as pesquisas têm mostrado uma estagnação de Rodrigo Cunha, e os números o consolidam em terceiro lugar, sem estimativa de crescimento. No entanto, com o eventual apoio de Bolsonaro, espera-se que ele atraia parte dos votos dos eleitores bolsonaristas e continue na disputa com chances reais de ir para o segundo turno.
