
Administradora, assistente social, professora universitária e apaixonada por gestão pública. Com mais de duas décadas quase que inteiramente dedicadas à docência, a alagoana Ana Carolina Beltrão também é conhecida no mundo acadêmico como alguém sempre disposta a se reinventar, e não apenas no sentido literal da palavra, pois a roda gigante da vida exige muito mais que adaptação.
Ana Carolina aceitou o desafio de se lançar pré-candidata a deputada federal pelo PSD, defendendo, entre outras bandeiras, a inclusão da pessoa surda, entre outros grupos minoritários. Outra pauta que se insurge é a oferta de oportunidades em meio à crise. Afinal, já são mais de 11 milhões de brasileiros desempregados, além das 33 milhões de pessoas que não têm sequer o que comer.
A professora Carol, como é mais conhecida, formou-se em Administração na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) em 2000, quando prestou vestibular pela primeira vez, iniciando sua trajetória de serviços prestados, e não apenas na área do conhecimento.
“De início, ouvia as pessoas dizerem que eu iria passar fome, questionando a minha escolha e diminuindo aquela conquista. Mas não dei ouvidos. Além do mais, sempre gostei de trabalhar com comércio, de modo que eu não me enxergava fazendo outra coisa”, recorda a professora, que emendou a colação de grau com um mestrado e, um ano depois, conseguiu seu primeiro emprego com carteira assinada, em 2001, no Sebrae Alagoas.
“Também comecei a lecionar em instituições privadas naquele período. Passei por várias. No Sebrae, foram quinze anos de muito conhecimento, construindo laços, conhecendo cada vez mais a realidade do meu estado e sacramentando o que eu já sabia: que nasci para ser administradora. Nesse tempo, pude me aprimorar nos processos de suporte às empresas, até que me surgiu um convite para, juntamente com outros professores, instituir o curso de Administração Pública da Uneal em Maceió, do qual me tornei coordenadora”, conta Carol, que já foi vice-diretora do campus Maceió da Universidade Estadual de Alagoas, onde leciona desde 2003.
Segundo a também doutora em Serviço Social, aliar paixão e vocação é o segredo do sucesso na vida profissional. “O Sebrae me abriu portas para o social, para as políticas públicas. E quando eu achava que o doutorado encerraria a minha vida acadêmica, eis que decidi cursar pedagogia. Sou inquieta mesmo, e quero transformar essa inquietude em serviços prestados à população alagoana, agora, com um mandato eletivo”, destaca.
EXPERIÊNCIA NO PODER ESTADUAL
E tamanho reconhecimento lhe rendeu outros frutos. Em 2015, a professora Carol aceitou o convite para assumir o posto de superintendente administrativa na Secretaria de Estado da Educação (Seduc), onde pode colocar em prática sua vasta experiência em administração pública, inovando e gerindo com excelência.
“Nunca havia assumido nenhum cargo em comissão com tamanha responsabilidade, mas a promessa de autonomia me fez aceitar o desafio. Foi um grande aprendizado. E em pouco mais de dois anos, com o apoio da gestão à época, promovemos uma verdadeira revolução, o que me fez ter a certeza de que o problema nunca será a falta de recursos, mas a falta de compromisso com a coletividade. E digo mais: gerir o público não é para políticos profissionais, mas para administradores, técnicos e auxiliares que tenham direitos e deveres, mas que também sejam efetivamente cobrados para que deem resultados”, assegura Carol.