Educação

Escolas estaduais apresentam projetos na maior feira científica do País

Escolas Izaura Antônia de Lisboa, de Arapiraca, e Graciliano Ramos, de Palmeira dos Índios, representarão a rede estadual alagoana na Febrace USP no período de 19 a 21 de março

Publicado: | Atualizado em 16/08/2019 04:30


Projeto da Escola Graciliano Ramos usa juá e palma na produção de xampu (Crédito: Valdir Rocha)
Projeto da Escola Graciliano Ramos usa juá e palma na produção de xampu (Crédito: Valdir Rocha)

Duas escolas de ensino integral representarão a rede estadual alagoana na maior feira científica pré-universitária do país, a Feira de Ciências e Engenharia da Universidade de São Paulo (Febrace USP). As escolas estaduais Izaura Antônia de Lisboa, de Arapiraca e Graciliano Ramos, de Palmeira dos Índios compõem a comitiva alagoana – que conta também com o Sesi e o Instituto Federal de Alagoas (IFAL) – e apresentarão seus projetos no período de 19 a 21 de março no Espaço Inova USP.

Em comum, os dois projetos se destacam por apresentarem uma solução sustentável para itens comumente encontrados nas comunidades onde os estudantes residem. A Escola Graciliano Ramos levará para feira o xampu à base de palma e juá, enquanto a Escola Izaura Antônia de Lisboa apresentará a farinha produzida a partir das folhas da moringa. Ambos com fabricação fácil e caseira.

Cabelos saudáveis

Em Palmeira dos Índios, o xampu à base de palma e juá desenvolvido pelas estudantes Sabrina Duarte, Daysiane Lopes, Laísa Brandão, Lauane Melo, Paula Nunes e Renata Soares sob a orientação da professora Amparo Nunes e com apoio da professora de Química nasceu, literalmente, no quintal da casa das estudantes, já que as meninas são moradoras de povoados rurais onde essas plantas são bastante comuns.

O juá, popularmente usado na higienização dos dentes e a palma, tradicional ingrediente da ração de animais do campo, encontraram nova utilidade com o trabalho das garotas. A palma, segundo as estudantes, ajuda a eliminar a caspa e o juá espuma e tem propriedades de ação higienizante (a substância saponina). “Queríamos fazer algo que fosse natural, não agredisse o cabelo e ajudasse a comunidade a ter uma renda extra. Estamos ainda em fase de testes e já usamos em nossos cabelos. Os primeiros resultados tem sido bons”, revelam as garotas.

A professora Amparo Nunes e a diretora adjunta Angélica de Cássia Ramos lembram que o produto nasceu a partir de uma atividade dos Projetos Integradores (PI), iniciativa cujo objetivo é envolver estudantes no desenvolvimento de projetos que beneficiem a comunidade local. “O PI nasceu justamente dessa necessidade de desenvolver algo em prol da comunidade”, recorda a professora Amparo. “Por meio desse trabalho, elas poderão mostrar Palmeira dos Índios ao Brasil e trocar experiências com outros estudantes”, frisa a diretora Angélica de Cássia.

Nadja orienta Samuel e Mateus na produção da farinha de moringa (Crédito: José Demétrio)

Nadja orienta Samuel e Mateus na produção da farinha de moringa (Crédito: José Demétrio)

Combatendo a desnutrição

De Arapiraca, a Escola Estadual Izaura Antônia de Lisboa levará projeto que usa folhas da moringa para a produção de uma farinha que pode ser usada como suplemento alimentar no combate à desnutrição infantil. A planta, facilmente encontrada na divisa entre Arapiraca e Lagoa da Canoa, é um “milagre da natureza”, segundo afirmam os estudantes Mateus Felipe dos Santos e Samuel Vinicius da Silva.

“Para se ter ideia da riqueza nutritiva da moringa, ela tem 25 vezes mais ferro que o espinafre, 17 vezes mais cálcio que o leite e 15 vezes mais potássio que a banana. Por isso, pensamos em desenvolver essa farinha como um suplemento alimentar para ser usado no combate à desnutrição, podendo ser usado, por exemplo, em sucos, no feijão”, contam Mateus e Samuel.

Veterana da Febrace – esta será sua décima participação – a professora de Química Nadja Souza diz sentir a mesma emoção que sentiu na sua primeira ida à feira, em 2010. Ela aponta os benefícios que a iniciação científica traz para os estudantes da Educação Básica. “Eles não só se desenvolvem melhor nas áreas pesquisadas, mas em todas as disciplinas. Por exemplo, a Febrace exige a produção de um artigo científico segundo as normas da ABNT e isso faz com que o aluno aprimore as habilidades em Língua Portuguesa”, avalia Nadja.

A diretora adjunta Rejane Rolim concorda. “Os estudantes envolvidos em pesquisas são uma referência para os demais alunos da escola, incentivando-os a estudar mais para que possam também participar das pesquisas”, revela Rejane.

Projetos de Alagoas

Confira abaixo a lista dos oito projetos que representarão Alagoas na Febrace 2019:

  • “Cuidando da saúde dos cabelos com a palma e o juá” – Escola Estadual Graciliano Ramos, Palmeira dos Índios”;
  • “Produção de farinha das folhas da moringa para ser inserida como suplemento em preparações alimentícias de crianças desnutridas” – Escola Estadual Izaura Antônia de Lisboa, Arapiraca;
  • “Acusticoco: painéis para condicionamento acústico composto por fibra de coco aplicados em sala de aula” – Escola Sesi de Educação Básica Abelardo Lopes, Maceió;
  • “Avaliação da atividade inseticida dos extratos orgânicos do pinhão roxo frente ao Aedes aegypti” – Ifal Palmeira dos Índios;
  • “Ecovitreo” – Unidade Integrada SESI/ SENAI Carlos Guido Ferrario Lobo, Maceió;
  • “Medificações – Ferramenta Eletrônica para técnicos em edificações” – Ifal Coruripe;
  • “Robô Maria Farinha” – Ifal Maceió
  • “Irrigação automática de baixo custo com dois sistemas tempo/umidade” – Ifal Arapiraca.
*Agência Alagoas

Comentários


    Entre para nossos grupos

    Telegram
    Entre e receba as notícias do dia Entrar no Grupo
    WhatsApp
    Entre e receba as notícias do dia
    Entrar no Grupo


 
 
 
Especiais

Especial
Livro ensina técnica de leitura usada por Sherlock Holmes para expandir a memória

Aprenda a Melhorar sua Memória, Lendo até 10 Vezes Mais Rápido e Retendo Até 100% do Conteúdo


veja também

Alunos da Escola Municipal Luiza Suruagy assistiram atentamente as orientações sobre primeiros socorros | @ Arnaldo Santtos / Ascom Samu
Educação
Projeto Samu nas Escolas contempla mais uma unidade escolar em Maceió

Situada no bairro Ouro Preto, a Escola Municipal Luiza Suruagy conta com alunos de que vão do 1º ao 5º ano


Enem | © Reprodução
Educação
Enem 2024: estudantes podem solicitar isenção de taxa até sexta-feira (26)

Para fazer o pedido, os candidatos devem acessar a Página do Participante, com o Login Único do Gov.br.


Rede estadual já contabiliza consideráveis avanços no ensino indígena, inclusive, em todos os níveis da educação básica | @ Thiago Athaíde e Valdir Rocha
Educação
Seduc comemora avanços nos 20 anos de educação escolar indígena em Alagoas

Infraestrutura escolar recebeu especial atenção do Governo de Alagoas; contratação de profissionais e qualidade político-pedagógica também são destaque


Enem | © Reprodução
Educação
Enem 2024: estudantes podem solicitar isenção de taxa a partir de hoje

O período para a solicitação vai até o dia 26 de abril.


Ações trabalham o socioemocional dos estudantes na rede estadual de ensino | @ Cortesia
Educação
Educação de Alagoas promove atividades de combate e denúncia do bullying

Ações são impulsionadas pelos psicólogos e assistentes sociais do Núcleo Estratégico de Acompanhamento PsicoSocioassistencial que atuam no Programa Coração de Estudante