![Diana na apresentação de seu TCC | @ Foto: UFAL](https://www.br104.com.br/wp-content/uploads/2024/12/Diana-na-apresentacao-de-seu-TCC.jpg)
A alagoana Diana Maria Justino de Souza, de 25 anos, entrou para a história ao se tornar a primeira mulher travesti a se formar na Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
Nascida em Arapiraca e criada em Maribondo, Diana concluiu a graduação em Jornalismo, superando desafios financeiros e sociais com o apoio incondicional de sua mãe, dona Benedita Justino, que fez inúmeros sacrifícios para garantir o acesso da filha à educação.
Em 2018, a alagoana mudou-se para Maceió para cursar a Ufal, e sua trajetória foi marcada por perseverança e determinação. Um dos momentos mais emocionantes de sua jornada acadêmica foi a defesa de seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), em dezembro, ao lado da mãe e de amigos.
“Estar diante de mulheres doutoras foi inspirador e reafirmou minha crença na importância do apoio feminino”, destacou, expressando gratidão à sua orientadora, Magnólia Martins, e às professoras avaliadoras que a acompanharam nesse processo.
Seu TCC, intitulado “Quem sou eu, Sinimbu?”, abordou a realidade da população em situação de rua na Praça Sinimbu, em Maceió. A ideia surgiu após a mulher encontrar três jovens travestis na praça e ouvir relatos de suas vivências.
Inicialmente, ela desejava ajudá-las a regularizar seus documentos, mas logo percebeu que as questões enfrentadas iam muito além disso.
“Meu trabalho buscou dar visibilidade às dificuldades enfrentadas pelas travestis daquela área, além de refletir sobre questões de vulnerabilidade social”, explicou.
Para a produção do projeto, Diana realizou um trabalho de campo intenso, convivendo diretamente com as pessoas que habitam a praça.
“Organizei meu tempo entre aulas, trabalho e até dormi na praça para me aproximar da realidade delas. Foi uma experiência transformadora”, relatou.
O TCC da jornalista foi amplamente elogiado pela banca examinadora, que concedeu nota máxima à pesquisa.
Agora formada, Diana mira novos horizontes acadêmicos: pretende ingressar no mestrado em 2025 e, futuramente, no doutorado. Para ela, a educação foi a chave para mudar sua trajetória e a de sua família.
“Desde pequena, entendi que só através do conhecimento poderia transformar minha realidade. Este diploma é mais do que uma conquista acadêmica; é uma vitória pessoal e uma celebração da minha identidade”, afirmou.