Com o aumento da popularidade das moedas digitais no Brasil – em especial o Bitcoin -, devido à pandemia do novo coronavírus, um grupo de trabalho intergovernamental está finalizando os estudos, que possibilitarão a criação de um novo tipo de dinheiro, que facilitará a compra e a venda no comércio online. Trata-se da moeda digital brasileira, o “Bitcoin brasileiro”, que o governo pretende lançar até 2022.
Por enquanto, os estudos sobre como será esta moeda digital ainda são mantidos em sigilo, mas o Banco Central (BC) enfatizou que o modelo não será o mesmo das criptomoedas, como o Bitcoin propriamente dito, uma vez que eles não são regulados pela instituição. A equipe de estudos vem atuando desde agosto, e o primeiro prazo para a apresentação da conclusão das análises se encerram neste mês de fevereiro.
Mas, afinal, o que é o Bitcoin? Segundo o seu site oficial, “o Bitcoin é a primeira moeda digital descentralizada”. Os bitcoins são bens digitais que você pode enviar pela internet. Comparada a outras alternativas, os bitcoins tem inúmeras vantagens. Podem ser transferidas de uma pessoa à outra via internet. Sem passar por um banco ou intermediário. Isto é, as taxas são muito menores. É possível usar em qualquer país. E você pode trocar bitcoins por dólares, euros, e outros.
Referente à ausência de intermediários nas transferências das moedas digitais, bem como a falta de regulação por uma instituição, os bancos centrais do mundo discutem, que assim como estado deve ter o registro de todo o dinheiro que está circulando – como ocorre nas regras do dinheiro de papel -, não será diferente com a moeda virtual.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, um dos aficionados desta iniciativa, afirmou em novembro, que a pandemia do novo coronavírus aceleraria a tomada de decisão da criação da moeda pelo Brasil: “A gente vai para um processo de ter uma moeda digital em algum momento. E acredito que esse processo foi acelerado na pandemia pela quantidade de pagamentos a distância e pelas compras on-line”, afirmou.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, também apoia essa medida, e também declarou, em novembro, que o “Brasil está à frente de muitos países” nessa corrida para ter uma moeda digital.
Segundo o site Metrópoles, “o Banco de Compensação Internacionais (BIS) e outras instituições financeiras pelo mundo já produziram um documento com princípios básicos comuns e características essenciais de uma moeda digital, que a efetividade da política monetária não será comprometida, nem a estabilidade financeira; a moeda digital do BC deve coexistir e complementar as outras formas de dinheiro e deve promover a inovação e a eficiência”.
Enquanto os especialistas do setor criptoativo brasileiro discutem os prós e os contras da aplicação da moeda digital, afirmando que a criação da moeda impactará positivamente a economia do país ou que ela não terá impacto nenhum, segundo o BC, “uma eventual moeda digital não faria concorrência ao real, mas seria uma nova forma de representação da atual moeda, tendo garantia do governo e estando sujeita à política monetária, tendo a circulação diminuída quando os juros sobem e elevada quando as taxas caem”.
