Esquema Ponzi: Uma pandemia de estelionato no Brasil

A crise traz oportunidades, mas também abre brechas para os oportunistas.

Bitcoin e algemas

Bitcoin e algemas

Nos últimos anos, o Brasil acabou se tornando um grande celeiro de pirâmides financeiras disfarçadas de empresas de investimentos. Um fato que tem desencadeado grandes investigações por parte da Polícia Federal.

O esquema que pode parecer inofensivo e de confiança, por geralmente conter em suas redes pessoas como líderes religiosos, digital influencers e famosos, acaba sempre deixando prejuízos bilionários para a economia popular.

O que é o esquema Ponzi?

O esquema Ponzi é um operação de pirâmide financeira que foi desenvolvido nos Estados Unidos, em 1910, por Chales Ponzi, conhecido como um dos maiores estelionatários do mundo. Em resumo, esse sistema não possuía produtos. Os lucros eram basicamente as aplicações dos novos investidores, repassados para os mais antigos, como sendo dividendos.

Diante da promessa de altos lucros, as vítimas acreditavam estar diante de uma oportunidade única e, principalmente, eram “induzidas” com a ostentação de pessoas ligadas ao esquema, e então faziam aplicações de altos valores, acreditando no retorno do investimento.

Estima-se que Charles Ponzi lucrou mais de 50 bilhões de dólares com o golpe, cifras que o colocaram na lista de um dos homens mais ricos dos Estados Unidos.

Charles Ponzi preso

O que é uma pirâmide financeira?

A pirâmide financeira é dividida em três setores:

1- Os líderes

Ligados aos donos da plataforma, responsáveis por enganar os primeiros recrutados e os servos.

2 – Primeiros recrutados

Na maioria das vezes, eles entram no esquema totalmente enganados, sem saber o que é uma pirâmide.

3 – Servos

São os que ficam com o prejuízo, já que são eles quem alimentam o esquema.

Esquema de pirâmide

No Brasil, temos inúmeros casos de prisões envolvendo falsas empresas de investimentos.

Veja também: Dízimo: Igreja Universal recebeu R$ 72 milhões de acusado de liderar esquema de pirâmide

“O Faraó dos bitcoins”

Glaidson Acácio dos Santos, ex-garçom, dono da empresa de pirâmide GAS Consultoria e Tecnologia, foi um dos casos mais recentes.

Glaidson Acácio dos Santos, ex-garçom e dono da empresa de pirâmide GAS Consultoria e Tecnologia

Glaidson foi alvo de investigações da Polícia Federal que revelaram não apenas a pirâmide, mas que o esquema ia muito mais além, inclusive, tendo envolvimento com organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Pastor do Bitcoin

O pastor Jonas Gomes da Silva, conhecido como o “Pastor do Bitcoin“, dono da empresa Eagle Eyes, anunciou que, assim como seus clientes, ele também foi vítima de um golpe.

No vídeo, Jonas conta que assim que parou de enviar o dinheiro para a “Rainha das Operações”, ele descobriu que a mesma, que era responsável por rentabilizar o dinheiro dos investidores, nunca operou no mercado financeiro, mas passava as novas aplicações como sendo o lucro das operações.

Denk Academy

Esse esquema fez 45 mil vítimas e um prejuízo de 1 bilhão. A fraude durou cerca de 3 anos. Os acusados respondem por lavagem de dinheiro, estelionato, formação de organização criminosa e crime contra o sistema financeiro.

CJS TRADER

A CJS Trader, assim como 90% das pirâmides financeiras, surgiu dentro de igreja evangélica. 3 anos depois, ela finalizou as operações e deixou um prejuízo milionário.

Outros casos

Recentemente, diante da pandemia da Covid-19, novas empresas com todos os indícios da prática do “Esquema Ponzi”, surgiram no Brasil. Em sua grande maioria, elas possuem endereços em outros países, para dificultar as ações das autoridades.

A Policia Federal, em conjunto com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, a Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Fazenda e a Receita Federal, estão atentas as movimentações suspeitas, para barrar esse tipo de crime que sempre deixa prejuízos milionários.