A história de amor do casal de idosos Mamédio Alves Magalhães e Ana Araújo Magalhães tem impressionado e emocionado muitas pessoas desde esta sexta-feira (30/6), quando os dois faleceram com quatro horas de diferença. Eles eram centenários – ele tinha 105 anos e ela 100 anos – e estavam juntos há quase 80 anos. Somente a morte os separou.
Mamédio e Ana eram moradores de Paranã, na região sul do Tocantins. A sobrinha-neta dos dois, Ediana Quirino Magalhães, de 38 anos, contou que eles eram muito unidos desde que se casaram, e que ela passou a cuidar deles depois que envelheceram.
Segundo Ediana, nos últimos dias, a tia-avó sofreu uma pneumonia e precisou ser internada, e o tio-avô não quis mais se alimentar direito, por ter visto a amada ir para o hospital. “A partir daquele momento ele não quis mais se alimentar direito. A gente dava os remédios ele segurava na boca. Isso porque ela estava internada e ele viu ela indo”, disse ela.
Quando Ana voltou para casa para que Mamédio melhorasse, ela estava ainda mais debilitada, o que só colaborou para que o idoso continuasse sem comer e começasse a definhar. Até que, na última quinta-feira (29), ele teve que ir para o hospital.
Mamédio acabou morrendo na unidade de saúde na manhã do dia seguinte, e Ana faleceu depois em casa. Os dois morreram com quatro horas de diferença, segundo a família.
“Como com minha avó não tinha o que fazer, trouxemos para ficar perto dele. Ele viu o estado dela, ela só piscava e abria a boca. Quando foi ontem [quinta-feira] a gente levou ele para o hospital e o doutor preferiu que ele ficasse para tomar medicação. Na sexta-feira, umas 4h, a gente recebeu a ligação para correr atrás de tudo. Quando foi por volta de 8h, as pessoas que estavam me auxiliando foram dar um banho nela e aí ela ‘foi’ depois desse banho”, disse Ediana.
Ainda segunda a sobrinha-neta do casal, apesar dos problemas de saúde, os idosos se preocupavam um com o outro. Mamédio ainda falava e estava lúcido, mas Ana não era tão lúcida. No entanto, ela lembrava apenas do nome dele.
“Ela já não era tão lúcida, mas acalmava só quando a gente falava Mamédio. Quando era meio dia, ela perguntava se a gente tinha dado comida ao Mamédio. Ela não lembrava o nome de mais ninguém, só o dele”, afirmou.
O casal centenário não teve filhos, mas, segundo Ediana, ajudou a criar muitas crianças da cidade na zona rural. O velório dos dois foi realizado nesta sexta-feira, na fazenda deles.