Cultura

Vídeo: Dona Irinéia mantém viva a tradição de transformar barro em arte

Patrimônio Vivo de Alagoas desde 2005, a artesã é hoje uma das artistas mais reconhecidas da cerâmica popular brasileira.

Publicado: | Atualizado em 30/03/2021 09:12


Os traços quilombolas moldados no barro não negam a ancestralidade da artesã. Palmarina nata, Irinéia Rosa Nunes da Silva, a Dona Irinéia, moradora do povoado Muquém, em União dos Palmares, é hoje uma das artistas mais reconhecidas da cerâmica popular brasileira.

Aos 20 anos, a artesã começou a fazer peças utilitárias junto com a sua mãe para ajudar na renda familiar. Casou-se, separou-se. Depois da separação, conheceu Antonio Nunes, conhecido como “Seu Toinho”. Essa uma união trouxe um fôlego novo para o trabalho de Dona Irinéia.

Pouco a pouco a cerâmica utilitária foi dando lugar às esculturas, com as quais a artista ganhou fama e reconhecimento. Com Antonio, foram mais de 35 anos de trabalho amassando e modelando o barro. Entretanto, Toinho faleceu em novembro de 2020, após complicações causadas pela Covid-19.

A artesã também contraiu a doença um mês antes, e chegou a ser internada no Hospital Regional da Mata (HRM), mas se recuperou e recebeu alta. Mesmo com a repentina partida do esposo e com as sequelas deixadas pela Covid-19, os trabalhos não pararam.

“Eu pensei que com ele indo embora a gente ia parar, mas eu disse “não, nós não vamos parar não”. Eu passei quase um mês parada. [….] Depois desse “mairvado” [coronavírus], eu não pude mais puxar peças grandes”, disse Irinéia, que desde 2005 é considerada Patrimônio Vivo de Alagoas.

A filha, Mônica, dá prosseguimento à cultura passada de geração em geração. Mesmo criando um estilo próprio, ela não abre mão de manter os traços dos pais nas obras. Agora, ela também é responsável pela queima das peças em argila, que antes eram feitas por Toinho.

“É uma fonte de renda que ajuda bastante a gente e eu estou me dedicando cada vez mais. Estou criando o meu estilo, não deixando o dela de lado, eu tenho que criar meu nome também. Só que eu faço mais peças para ela do que pra mim, pois as pessoas procuram mais as delas, pois ainda estou iniciando”, contou Mônica.

Atualmente, aos 71 anos, Dona Irinéia tem 39 anos de ofício. O número de encomendas só aumentam, e com ele a sua imaginação e criatividade que fizeram nascer objetos singulares, além de levar o nome da cidade e do estado não só para o país, mas para todo o mundo.


Comentários


    Entre para nossos grupos

    Telegram
    Entre e receba as notícias do dia Entrar no Grupo
    WhatsApp
    Entre e receba as notícias do dia
    Entrar no Grupo


 
 
 
Especiais

Especial
Livro ensina técnica de leitura usada por Sherlock Holmes para expandir a memória

Aprenda a Melhorar sua Memória, Lendo até 10 Vezes Mais Rápido e Retendo Até 100% do Conteúdo


veja também

Jorge de Lima
Cultura
Jorge de Lima: 131 anos do nascimento do poeta palmarino

O poeta palmarino marcou a história da literatura alagoana com a sua rota poética marcada pela multiplicidade de temas e formas literárias.


Jorge de Lima, o Príncipe dos poetas alagoanos. — © Reprodução
Cultura
Prefeito Kil divulga programação de celebração da Semana Jorge de Lima

A comemoração começa hoje, às 19h, na Casa do ilustre escritor, na praça Basíliano Sarmento.


Foto: Felipe Correia
Cultura
São João de Caruaru 2024 começa na zona rural nesta sexta-feira (19)

Neste ano, o São João em Caruaru vai até o dia 29 de junho, com 72 dias de muita festa.


Renan Filho, Mãe Neide e Tutmés - @Reprodução
Cultura
Renan, Mãe Neide e Tutmés serão homenageados com o prêmio Selma Brito nesta 4ª

Estes profissionais se distinguiram em suas respectivas áreas e contribuíram para o desenvolvimento cultural e profissional em seus campos.


Serra da Barriga - @Reprodução
Cultura
Serra da Barriga pode se tornar o único local de celebração oficial do Dia da Consciência Negra

O projeto tem sido dialogado entre o Governo de Alagoas e a Fundação Cultural Palmares.