Cultura

Professor da Ufal contribui para a preservação da memória do Quilombo dos Palmares

Danilo Marques é guardião de uma sala com cerca de 120 caixas que guardam, por exemplo, estudos que garantiram o tombamento da Serra da Barriga.

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Professor Danilo Marques | Imagem: Jean Albuquerque/Selo Plural/UOL
Professor Danilo Marques | Imagem: Jean Albuquerque/Selo Plural/UOL

Por trás da preservação de uma memória de um povo, há pessoas que trabalham para que documentos, fotografias, cartazes, gravações e manuscritos não se deteriorem com o passar do tempo. É isso que o professor Danilo Marques, 34, professor da Universidade Federal de Alagoas e coordenador geral do Neabi (Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas), faz ao cuidar dos documentos que contam a história da Serra da Barriga e do Quilombo dos Palmares.

Na UFAL, Marques é guardião de uma sala com cerca de 120 caixas que guardam, por exemplo, estudos que garantiram o tombamento da Serra da Barriga, área que abrigou o quilombo entre os séculos XVI e XVII e hoje pertence ao município de União dos Palmares, em Alagoas.

No acervo, também há estudos topográficos da região, entrevistas com moradores, palestras e debates em fitas K7, além de gravações de intelectuais negros como a filósofa Lélia Gonzalez, o poeta e ativista Abdias Nascimento, o historiador Zezito Araújo e o sociólogo Clóvis Moura.

Todos esses documentos são preciosos para a história do povo negro, pois eles mantêm viva a memória do líder Zumbi e do lugar que abrigou o Quilombo dos Palmares. Ao Ecoa, Danilo Marques disse que “todas as propostas de nação e de redemocratização pensadas a partir do movimento negro têm passagem por Alagoas”.

Para que esses arquivos não se percam, o professor e membros do Neabi se encarregam de digitalizar todos e garantir que esses materiais possam ser pesquisados na internet. Antes, os registros eram guardados em um prédio com muita infiltração, fazendo com que corressem o risco de se deteriorarem.

“São histórias que a gente tem aí dos últimos 42 anos. Nossa grande tarefa é conseguir disponibilizar isso para pesquisadores, centros sociais, jornalistas e aos demais interessados”, contou o professor ao ECOA.

O trabalho de Marques e de estudantes bolsistas consiste em limpar documentos, fotografias, manuscritos, cartazes e gravações, organizando cada um deles em caixas apropriadas, e em digitalizar os materiais para um banco de dados, que será disponibilizado em um site ainda sem data de lançamento.

Segundo o Ecoa, para manter o projeto, o Neabi tem buscado recursos em editais públicos ou via alguma emenda parlamentar. Até o momento, o núcleo conta com estudantes bolsistas para dar conta do trabalho.

Fonte: Ecoa Uol

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