O presidente da Fundação Cultural Palmares, jornalista Sérgio Camargo, usou a sua conta no Twitter para promover o chamado “cancelamento” do professor Abdias Nascimento, um dos fundadores do Movimento Negro no Brasil.
Camargo sugeriu que Abdias agiu com hipocrisia ao supostamente afirmar que “a mestiçagem é genocídio do negro brasileiro”, e usou como argumento uma fotografia em que o professor aparece ao lado de sua esposa, uma mulher branca e de olhos azuis, e o seu filho pardo.
Para o ideólogo do movimento negro, Abdias Nascimento, a mestiçagem é genocídio do negro brasileiro. Na foto, vemos Abdias com a mulher branca e o filho pardo. Genocídio ou hipocrisia? pic.twitter.com/pZUbjkD2om
— Sérgio Camargo (@sergiodireita1) March 25, 2021
A postagem rapidamente gerou centenas de comentários, em sua maioria criticando a fala atribuída a Abdias Nascimento.
Em outro post, Sergio Camargo diz que “Abdias Nascimento é o pai do racismo preto. Pregava que a miscigenação é um genocídio sem mortes. Se você vir alguma semelhança com a teoria nazista de pureza da raça, é imaginação sua”.
Quem foi Abdias Nascimento?
De acordo com a Wikipédia, Abdias do Nascimento foi ator, poeta, escritor, dramaturgo, artista plástico, professor universitário, político e ativista dos direitos civis e humanos das populações negras brasileiras.
Considerado um dos maiores expoentes da cultura negra e dos direitos humanos no Brasil e no mundo, ele foi oficialmente indicado ao Prêmio Nobel da Paz de 2010.
Fundou entidades pioneiras como o Teatro Experimental do Negro (TEN), o Museu da Arte Negra (MAN) e o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (IPEAFRO). Foi um idealizador do Memorial Zumbi e do Movimento Negro Unificado (MNU) e atuou em movimentos nacionais e internacionais como a Frente Negra Brasileira.
Ele morreu em 2011, aos 97 anos.